O Papa Leo XIV, na audiência geral realizada nesta quarta-feira (13), afirmou que o Evangelho não ensina as pessoas a negarem o mal, mas a reconhecê-lo como uma oportunidade de transformação interior. A cerimônia, que aconteceu no Pavilhão Paulo VI devido ao calor intenso, contou com a presença de fiéis tanto dentro quanto fora do salão, que aguardavam para ouvir a mensagem do pontífice.
O mal como caminho para a salvação
Ao refletir sobre a Última Ceia, registrada no Evangelho de São Marcos, Leo XIV ressaltou que Jesus não “levantou a voz” nem “apontou o dedo” em direção a Judas. Ainda assim, usou palavras fortes para revelar a gravidade da traição.
“Jesus não denuncia para humilhar, mas para salvar”, explicou o Papa. “Ele fala a verdade porque deseja a nossa salvação.” Segundo ele, Jesus busca ajudar os discípulos a perceberem que a conversão começa com uma aceitação sincera de nossas fragilidades e limites.
Reconhecimento do mal e esperança na ressurreição
O Papa também destacou a importância de não “excluir” a si mesmo do amor de Deus. “Para se salvar, é fundamental sentir-se envolvido, amado apesar de tudo, e reconhecer que o mal existe, mas não tem a palavra final”, afirmou. “O Evangelho nos ensina a reconhecer o mal como uma oportunidade dolorosa de renascimento.”
Ele reafirmou que a paixão, morte e ressurreição de Jesus são razões para manter a esperança, mesmo diante dos próprios pecados e fraquezas.

Ao incentivar a honestidade consigo mesmo, o Pontífice afirmou que o reconhecimento de nossas limitações e a dor causada por Cristo podem nos dar forças para uma “renascença”.
“Se abrirmos espaço para a verdade em nossos corações e confiarmos em Jesus, que nunca abandonou seus discípulos, mesmo sabendo que depois ficariam sozinhos para enfrentar a paixão, começaremos a verdadeiramente acolher a esperança”, ressaltou Leo XIV.

Esperança e renovação na mensagem do Papa
Ao concluir seu catecismo, o Papa falou que a salvação começa com a consciência de que podemos ser os que rompem nossa confiança em Deus, mas também podemos ser os que a renovam e a protegem. “Essa é a esperança: saber que, mesmo falhando, Deus nunca falha conosco; mesmo traindo, Ele nunca deixa de nos amar”, afirmou.
Ao reforçar a necessidade de reconhecer o mal, Leo XIV convidou os fiéis a manterem uma atitude de abertura à verdade e de confiança no amor de Cristo, sobretudo nos momentos de maior escuridão.