O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou três mulheres por sua participação em um crime que deixou turistas britânicos como vítimas. O caso, que envolve o uso da infamous “Boa Noite Cinderela”, ocorreu na madrugada de 8 de agosto, após um evento na Lapa, um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade. O MP solicitou a prisão preventiva de Amanda Couto Deloca, Mayara Ketelyn Américo da Silva e Raiane Campos de Oliveira, além de exigir uma indenização de R$ 30 mil para os turistas.
O crime e as acusações
A denúncia apresentada pelo MP é séria, contendo três acusações principais contra as denunciadas: roubo qualificado por duas vezes, furto qualificado mediante fraude eletrônica e associação criminosa. A descrição das ações das acusadas é alarmante. Elas supostamente ofereceram caipirinhas adulteradas aos turistas, o que resultou na incapacidade das vítimas de resistirem aos atos de violência que se seguiram.
Segundo os relatos, uma vez sob a influência da substância, os turistas foram despojados de seus iPhones, avaliados em milhares de reais, e tiveram suas contas bancárias acessadas, resultando em uma transferência ilícita de 2.100 libras esterlinas, aproximadamente R$ 15 mil. O MP também destacou uma tentativa de transferência adicional de 16 mil libras que não foi finalizada.
A promotora do caso, Bárbara Luiza Coutinho do Nascimento, enfatizou a importância do depoimento das vítimas, ressaltando que a certeza da condenação depende de tais testemunhos. Com os avanços tecnológicos, as vítimas podem, inclusive, fornecer seus testemunhos de forma remota, o que facilita o processo judicial.
Identificação das suspeitas
A fuga das acusadas, registrada em vídeo por testemunhas que estavam no local, foi crucial para a identificação. O MP revelou que as três mulheres já eram alvo de investigações relacionadas a golpes semelhantes, indicando uma prática reiterada e organizada de crimes. O pedido de prisão preventiva foi fundamentado no risco de reiteração criminosa e na ausência de vínculos formais de trabalho das suspeitas.
Os turistas, que se conheceram com as mulheres durante uma roda de samba na Lapa, descreveram a situação como aterrorizante. Após as bebidas, eles não se lembraram de mais nada e acordaram horas depois, sem pertences e ainda sob efeito da substância consumida. Este tipo de crime, conhecido como “Boa Noite Cinderela”, tem sido um problema recorrente em áreas turísticas do país e gera preocupações com a segurança dos visitantes.
Histórico criminal das acusadas
A situação se complica ainda mais ao considerarmos o passado criminal das suspeitas, especialmente Raiane Campos de Oliveira, que já possui 20 passagens pela polícia. Ela foi condenada anteriormente a seis anos de prisão em regime semiaberto pelo roubo de outro turista inglês, tendo também sido absolvida em um recente caso por falta de provas suficientes. Esses antecedentes ponen em evidência a gravidade da situação e a necessidade de uma resposta rigorosa por parte das autoridades.
Reflexão sobre segurança e turismo
O caso gerou uma onda de preocupação entre turistas e moradores. A sensação de insegurança em áreas turísticas, bem como o impacto negativo na imagem do Rio de Janeiro, é uma questão que deve ser discutida não apenas pelas autoridades, mas também pela sociedade como um todo. Campanhas de educação e conscientização tanto para turistas quanto para a população local podem ser essenciais para prevenir futuros incidentes.
Por fim, a parceria entre o Ministério Público, a Polícia e a comunidade é fundamental para que ações como essa sejam evitadas no futuro. A segurança dos turistas é uma prioridade, e a denúncia dessas mulheres é um passo importante na luta contra crimes que ameaçam a integridade e a confiança de todos que visitam o Brasil.
O caso continua em andamento, e a expectativa é de que a justiça seja feita para as vítimas e que medidas sejam implementadas para proteger os turistas nas ruas do Rio de Janeiro.