O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o principal indicador da inflação no Brasil. Calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele influencia decisões do Banco Central e a vida financeira de milhões de brasileiros.
Como o IPCA funciona como termômetro da economia brasileira
O IPCA avalia o custo de vida para famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, nas principais regiões urbanas do país. Ele compara preços de produtos e serviços em áreas metropolitanas como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e o Distrito Federal, considerando variações de um mês para o outro.
Como o IBGE calcula o IPCA?
Para determinar o índice, o IBGE realiza levantamentos em cerca de 30 mil estabelecimentos, distribuídos em 13 regiões metropolitanas, coletando aproximadamente 430 mil preços. Esses dados são comparados aos do mês anterior, gerando a variação média dos preços ao consumidor.
Inflação e o papel do IPCA na economia
Inflamação nos preços ou aumento dos custos de bens e serviços é conhecida como inflação. Segundo o economista Cícero Pimenteira, da UFRRJ, a percepção da inflação está fortemente ligada à experiência da hiperinflação dos anos 1980, mas ela também indica crescimento econômico e demanda reprimida.
O IPCA serve como referência para as metas de inflação do Banco Central e influencia ajustes na taxa básica de juros, a Selic. “Ele mede a variação de preços com base nos hábitos de consumo do brasileiro, permitindo que decisões como o controle monetário reflitam a realidade do país”, explica Pimenteira.
O que é o INPC e suas diferenças
Outro índice importante é o INPC, que acompanha a inflação para famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos, focando em itens essenciais como alimentação, transporte e saúde. Como ele tem uma amostragem distinta, muitas vezes apresenta variações diferentes do IPCA e é usado principalmente para reajuste de salários e benefícios.
A cesta de consumo e seu impacto no poder de compra
O IPCA é calculado a partir de uma cesta de produtos e serviços, definida pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Contudo, essa cesta representa uma média, podendo não refletir a experiência de todos os consumidores, já que os hábitos variam bastante.
Por exemplo, se o preço da carne bovina dispara, sua influência no IPCA será alta, mas para famílias que não consomem carne com frequência, o impacto será menor. Assim, o índice pode não expressar exatamente o aumento do custo de vida de todos.
Impacto do IPCA no poder de compra e na rotina do brasileiro
Quando o IPCA sobe, o valor do dinheiro diminui, reduzindo o poder de compra. Se o reajuste salarial não acompanha a inflação, o consumidor passa a gastar menos com as mesmas quantias. Caso o salário aumente mais que o índice, o poder de compra aumenta.
Segundo Alex Mendes, economista, o IPCA reflete as prioridades do cotidiano do brasileiro, como alimentação, energia e transporte. “A alta do índice encarece a rotina, especialmente para quem destina a maior parte da renda a itens essenciais”, afirma Mendes.
Consequências sociais e econômicas da inflação medida pelo IPCA
O aumento sustentado dos preços afeta diretamente a qualidade de vida, sobretudo da classe trabalhadora. Mendes explica que, mesmo em momentos de maior atuação sindical, é difícil garantir reajustes salariais proporcionais ao IPCA, o que pode diminuir o padrão de vida.
O índice serve, portanto, não só como uma ferramenta para a política monetária, mas também como um termômetro dos desafios enfrentados pelos brasileiros na economia cotidiana.
Para saber mais detalhes sobre o funcionamento do IPCA, acesse a matéria completa no portal do iG Economia.