As exportações brasileiras de carne bovina atingiram recorde de 366 mil toneladas em julho, um crescimento de 27,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Os dados apontam que o setor segue em expansão, com uma receita 48% maior no mesmo período.
Exportações brasileiras de carne bovina e o impacto do tarifaço de Trump
Embora o volume de exportações continue em alta, as vendas para os Estados Unidos apresentaram uma desaceleração após o recorde de US$ 306 milhões em abril, caindo para US$ 183 milhões em julho. Essa queda precede o impacto do tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump, válido a partir de 6 de agosto, que deve dificultar ainda mais o comércio bilateral.
Antes do tarifão, uma sobretaxa de 10% já havia sido estabelecida em abril, afetando o valor das exportações norte-americanas. A expectativa é de que o novo tarifaço resulte em uma perda potencial de até US$ 1 bilhão nas vendas ao país em 2025, conforme alertam especialistas do setor.
Demanda crescente de outros mercados
Já a China, maior cliente do Brasil, intensificou suas compras em 14% até julho, totalizando US$ 4,082 bilhões. Entre janeiro e julho, o país respondeu por 44,5% das exportações brasileiras. O Chile também aumentou as importações em 20%, enquanto o México viu uma expressiva alta de 196%, passando de 22 mil toneladas em 2024 para 67 mil toneladas este ano.
De janeiro a julho de 2025, o Brasil enviou 2 milhões de toneladas de carne bovina ao exterior, um crescimento de 19%. Nesse período, 124 países aumentaram suas compras, enquanto 48 reduziram, refletindo o bom cenário externo para o setor.
Perspectivas para o mercado de carne bovina
Apesar do avanço geral nas exportações, o impacto do tarifaço americano ainda está por se completar. Analistas avaliam que o cenário futuro pode trazer desafios, especialmente na manutenção dos mercados tradicionais, como os Estados Unidos, que representam uma parcela significativa das vendas do Brasil.
O setor continua atento às negociações comerciais e às possíveis medidas de compensação, que podem amortecer o impacto do tarifão e garantir a manutenção do crescimento das exportações brasileiras em um cenário global cada vez mais competitivo.