O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Petrobras agendaram para a semana de 24 de agosto de 2025 a realização de um teste de vazamento de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá, dentro da Margem Equatorial.
Objetivos e procedimentos do teste de vazamento na Foz do Amazonas
Batizado de Avaliação Pré-Operacional (APO), o teste é a etapa final antes que o órgão regulador decida pela liberação da licença para perfuração na região. Com duração prevista de três a quatro dias, o exercício visa verificar a capacidade da Petrobras de reagir eficientemente em caso de acidentes ambientais.
Durante o procedimento, serão avaliados aspectos como funcionamento dos equipamentos, resposta rápida da equipe, capacidade de resgatar animais atingidos e a efetividade da comunicação com autoridades e comunidades locais. Essas ações estão contempladas nos planos aprovados pelo Ibama: o Plano de Emergência Individual (PEI) e o Plano de Proteção à Fauna (PPAF).
Perspectivas e declarações oficiais
A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, afirmou estar otimista sobre o andamento do teste. Durante participação em evento da S&P Global Commodity Insights, ela destacou que, se tudo ocorrer sem problemas, o Ibama poderá emitir sua análise final com rapidez. Sylvia lembrou que, em experiência semelhante na Bacia Potiguar (RN), a licença foi concedida pouco tempo após a simulação.
Reação política e potencial de exploração na região
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), comemorou a realização do teste e considerou o avanço uma vitória para o Amapá e o Brasil. Ele destacou que a região, que abrange uma faixa litorânea que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte, possui potencial estimado de até 30 bilhões de barris de petróleo, o que poderia gerar cerca de R$ 1 trilhão em arrecadação.
Resistências e desafios para a exploração de petróleo na Margem Equatorial
Apesar das perspectivas positivas, o projeto enfrenta resistência. Em maio de 2023, o Ibama negou inicialmente a licença para a perfuração do poço, e um parecer de 26 técnicos recomendou sua rejeição. Contudo, a direção do órgão decidiu conceder mais tempo à Petrobras para responder aos questionamentos antes de tomar uma decisão final. Os debates envolvem preocupações ambientais e socioeconômicas ligadas ao potencial impacto na biodiversidade da região.
Segundo O Globo, o teste faz parte de um esforço para fundamentar a análise do órgão regulador, que busca equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental na região da Margem Equatorial.