A política brasileira começa a se agitar com a aproximação das eleições presidenciais de 2026. Em um evento realizado em São Paulo, quatro governadores de direita se reuniram para criticar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e se posicionar como uma “nova safra” de líderes. O encontro, promovido pelo BTG Pactual, reuniu nomes conhecidos do agronegócio e contou com a presença dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de Goiás, Ronaldo Caiado, do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e do Paraná, Ratinho Júnior.
Críticas ao governo e pautas econômicas
Embora o tema central do evento fosse o agronegócio, os governadores aproveitaram a oportunidade para exibir os resultados de suas gestões em áreas econômicas. Durante o encontro, os aplausos ecoaram na plateia após críticas contundentes dirigidas ao governo federal. Tarcísio de Freitas, por exemplo, ficou em evidência ao afirmar que o Brasil não aguenta mais “excesso de gastos, aumento de impostos e corrupção”, se referindo diretamente ao PT e a Lula. “O Brasil não aguenta mais o Lula”, declarou, para um público que demonstrou apoio fervoroso.
Uma nova geração política
Embora não tenha se declarado candidato, Tarcísio já está entre os nomes cotados para concorrer à presidência contra Lula. Os governadores ressaltaram a necessidade urgente de renovação na política brasileira. Eduardo Leite destacou que o petista foi candidato em sete das dez últimas eleições desde a redemocratização. “O país precisa virar essa página com uma nova geração”, disse Leite, que é pré-candidato pelo PSD, enfatizando a presença de governadores mais jovens dispostos a trazer inovação.
Elogios e forte união
Embora o clima fosse de competição entre os possíveis candidatos, os governadores trocaram elogios, destacando que esta poderia ser a melhor safra de líderes estaduais dos últimos 30 anos. “Essa safra de governadores já veio com a mentalidade daquilo que os países do primeiro mundo vêm fazendo há muito tempo”, comentou Ratinho Júnior, reconhecendo a visão progressista de seus colegas.
Brasil precisa ‘trocar o piloto’
As críticas se aprofundaram com Ronaldo Caiado, que pediu aos empresários e investidores que “criassem juízo” e derrotassem Lula em 2026. Segundo Caiado, a continuidade de Lula significaria um caminho em direção à “socialização” e à desestruturação do estado brasileiro. Ele deixou claro que uma mudança era urgentemente necessária para evitar um processo que considerou irreversível e irresponsável.
Os líderes se concentraram na promoção de uma agenda econômica liberal, discutindo os ajustes que realizaram em seus estados. Tarcísio, por sua vez, destacou o avanço do programa de privatizações em São Paulo e a necessidade de organizar as contas públicas, promovendo também políticas sociais que possam ser eficazes na superação da pobreza. “É possível organizar as contas e promover políticas sociais”, afirmou ele, elogiando seus pares no palco.
Resultados concretos em seus estados
Os outros governadores também apresentaram suas realizações. Ratinho Júnior relatou a privatização da companhia de telefonia do Paraná e como isso ajudou a melhorar a eficiência do estado. Eduardo Leite falou sobre as reformas administrativas e previdenciárias que levaram a uma redução significativa nas despesas com pessoal e possibilitaram um aumento na taxa de investimento. Para Caiado, a busca por eficiência fiscal durante o governo Lula não é uma prioridade e isso só reforça a necessidade de mudança.
No encerramento do evento, ao ser questionado sobre o otimismo em relação ao futuro do Brasil, Tarcísio reafirmou a crença nas vantagens competitivas do país, mas enfatizou que era imprescindível “trocar o piloto”. Caiado concordou, somando a sua crítica ao “piloto ruim” que estaria atualmente no comando do Brasil.
Assim, o evento não só teve a intenção de unir forças pelo agronegócio, mas também serviu como palanque para uma nova era política que se desenha à frente, com promessas de renovação e enfrentamentos diretos com a atual administração federal.