Na última quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou a eleição de seus novos líderes. Edson Fachin foi eleito presidente e Alexandre de Moraes vice-presidente da Corte. Os dois ministros assumirão oficialmente as funções no dia 29 de setembro e ficarão à frente do Judiciário pelos próximos dois anos.
Uma parceria renovada no STF
A eleição se deu em caráter simbólico e representa a continuidade da parceira entre Fachin e Moraes, que já havia trabalhado juntos em 2022 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Naquela ocasião, os dois foram essenciais na organização das eleições, reforçando a importância do trabalho colaborativo na justiça brasileira.
Os dois ministros contaram com uma votação expressiva, recebendo 10 votos a favor e apenas 1 contra. É tradição que o próprio ministro não vote em si mesmo; Moraes, por exemplo, optou por votar em Nunes Marques, o ministro mais novo do STF. Após o resultado, Fachin expressou sua gratidão e falou sobre a honra de integrar a Corte.
Fachin e Moraes: uma missão a cumprir
Em seu discurso, Fachin destacou a confiança depositada nele e em Moraes, afirmando a importância do novo papel que assumem. “O bastão agora chegou aqui e o recebo com um sentido de missão e a consciência de que tenho um dever a cumprir”, disse, ressaltando o caráter simbólico da eleição e a responsabilidade que a posição exige.
Alexandre de Moraes também demonstrou sua gratidão ao voltar a trabalhar ao lado de Fachin. “Quero agradecer a confiança e a solidariedade de todos os colegas e expressar minha grande honra de poder ser vice-presidente do Fachin”, afirmou, reforçando a importância da parceria no desempenho das funções que ambos irão exercer.
Expectativas para o futuro
Embora Fachin seja conhecido por ter um perfil mais técnico e reservado, as expectativas em relação à sua atuação são altas, especialmente em um período marcado por ataques ao Judiciário. A expectativa é que ele adote uma postura de defesa institucional diante dos desafios que a Corte enfrentará, especialmente em um cenário eleitoral, considerando que estará à frente do STF durante as eleições de 2026.
Fachin, indicado pela então presidente Dilma Rousseff em 2015, possui uma trajetória marcada por decisões importantes, como a presidência do Tribunal Superior Eleitoral em 2022, onde liderou o combate às pautas que buscavam promover o voto impresso e iniciou as ações contra a disseminação de notícias falsas nas eleições.
O impacto da nova gestão no Judiciário
A nova gestão sob a presidência de Fachin e a vice-presidência de Moraes tem potencial para influenciar de maneira significativa os rumos do Judiciário brasileiro nos próximos anos. O clima que se instaurou após a eleição é de união e cooperação entre os magistrados, fundamental para avançar na defesa do estado democrático de direito e da justiça em um momento de polarização no país.
Com essa nova liderança, muitos esperam que o STF promova uma defesa mais robusta das suas instituições e da democracia, especialmente em tempos de crescente desconfiança e desafios institucionais. As eleições de 2026 serão um teste crucial para o novo presidente e seu vice, nos quais deverão zelar pela continuidade do processo democrático e pela legitimidade das instituições.
A expectativa agora se volta para as primeiras ações práticas que tanto Fachin quanto Moraes desenvolverão a partir de suas novas posições, assim como para as reações da sociedade e das demais instituições frente a sua gestão no STF. As próximas semanas e meses serão decisivos para que essa nova fase do STF se estabeleça e mostre seu compromiso com a justiça e a democracia no Brasil.
