As exportações brasileiras de carne bovina atingiram um recorde em julho, mês anterior à entrada em vigor do tarifamento dos Estados Unidos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Foram embarcadas 313.682 toneladas, representando um aumento de 15,6% em relação a junho e de 17,2% na comparação com o mesmo mês de 2024, quando foram exportadas 267.885 toneladas. Em valor, as vendas totalizaram US$ 1,67 bilhão.
Domínio da China e detalhes das vendas
Os dados, compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que reúne 47 empresas responsáveis por 98% das exportações brasileiras, mostram que a China liderou as compras em julho, adquirindo 160,6 mil toneladas (51,2% do total), com receita de US$ 881,9 milhões — alta de 18,1% sobre junho e de 16,7% comparado ao mesmo período de 2024.
Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com 18,2 mil toneladas, equivalentes a US$ 119,9 milhões, seguidos por México (15,6 mil toneladas; US$ 88,3 milhões), Rússia (13,8 mil toneladas; US$ 61,5 milhões) e União Europeia (11,8 mil toneladas; US$ 99,4 milhões).
A maioria das exportações foi de carne bovina in natura, que concentrou 88,27% do total — 276,9 mil toneladas — crescendo 14,8% em relação a junho e 16,7% em comparação a julho de 2024. Outros segmentos, como miúdos e produtos industrializados, também registraram avanços significativos.
Exportações acumuladas no ano
De janeiro a julho de 2025, o Brasil exportou 1,78 milhão de toneladas de carne bovina, gerando receitas de US$ 8,9 bilhões — aumento de 14,1% em volume e de 30,2% em valor frente ao mesmo período do ano anterior.
Na análise por mercados, a China manteve a liderança, com 801,8 mil toneladas (44,9% do total) e receita de US$ 4,10 bilhões. Outros países com destaque incluem Estados Unidos (199,7 mil toneladas; US$ 1,16 bilhão), Chile, México e Rússia, que também apresentaram crescimento nas importações brasileiras.
Diversificação e perspectivas
Segundo a Abiec, em 2025 o Brasil vendeu carne bovina para aproximadamente 160 mercados, consolidando-se como maior exportador mundial. Destinos estratégicos na Ásia, Oriente Médio e Europa Oriental tiveram aumento de participação, reforçando a capacidade de diversificação da cadeia produtiva brasileira.
A entidade acredita que os resultados fortalecem a competitividade do setor, mesmo após a inclusão da carne na tarifa de 50% decretada pelo governo de Donald Trump. A expectativa é de que, mesmo com esse cenário, a demanda internacional se mantenha firme e novas oportunidades comerciais surjam no segundo semestre de 2025.
Perspectivas para o segundo semestre
De acordo com a Abiec, o setor espera manter o ritmo de vendas e aproveitar novas oportunidades no mercado global. A continuidade da demanda no cenário internacional deve contribuir para o crescimento das exportações brasileiras de carne bovina ao longo do segundo semestre.
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