Brasil, 13 de agosto de 2025
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Entenda como funcionam os modelos de fair play financeiro pelo mundo

Discutido em encontros internacionais, os modelos de fair play financeiro são essenciais para o futebol sustentável.

A discussão sobre o fair play financeiro no futebol tem ganhado força nos últimos anos, principalmente com sistemas implementados por ligas na Europa. No Brasil, as marcas e clubes começam a se preparar para seguir novas diretrizes. O modelo brasileiro será apresentado no CBF Summit, marcado para o dia 26 de novembro, onde também serão discutidos exemplos e casos internacionais sobre os sistemas de controle financeiro nos clubes de futebol.

A importância da fiscalização financeira

No cenário global, as grandes ligas europeias têm sido referências no que diz respeito às políticas de fair play financeiro. A Uefa, por exemplo, estabeleceu dois modelos principais. Um deles é a fiscalização dos balanços financeiros, que exige que os clubes apresentem uma gestão equilibrada de suas receitas e despesas. O segundo é a aplicação de tetos de gastos, que limita o valor que um time pode investir em contratações e salários, promovendo um ambiente competitivo mais saudável.

Essas medidas são essenciais para evitar que os clubes se endividem em busca de resultados imediatos, assegurando um futuro mais sustentável para as instituições. Assim, a cota do elenco é um dos principais mecanismos utilizados, definindo um teto de gastos que é progressivamente ajustado ao longo das temporadas. Para a próxima temporada, por exemplo, os clubes deverão gastar até 70% de suas receitas. Essa abordagem visa não apenas o equilíbrio esportivo, mas também a saúde financeira dos clubes.

Os modelos de fair play financeiro pelo mundo
Os modelos de fair play financeiro pelo mundo — Foto: Editoria de Arte

Uefa: regras fundamentais

A Uefa opera sob rigorosos critérios financeiros. Os clubes devem apresentar balanços equilibrados, o que significa ter receitas superando ou igualando as despesas. Um “desvio” de até 60 milhões de euros pode ser tolerado, dependendo das circunstâncias financeiras. Clubes como Chelsea e Barcelona já enfrentaram dificuldades com essas regulamentações, resultando em multas que variam de 300 mil a 20 milhões de euros. A aplicação das regras tem mostrado a seriedade com que a Uefa trata as finanças dos clubes.

Discussões na Premier League

Na Premier League, considerada a liga mais valiosa do mundo, a discussão sobre a implementação de um teto de gastos tem avolumado. Atualmente, o que se pratica é um mecanismo de regras de rentabilidade e sustentabilidade, permitindo prejuízos de até 105 milhões de libras ao longo de três anos. No entanto, há propostas para alterar essas regras e adotar um modelo de teto que tornaria ainda mais rigorosa a gestão financeira dos clubes.

Aleksander Ceferin, presidente da UEFA
Aleksander Ceferin, presidente da Uefa — Foto: Fabrice COFFRINI / AFP

Modelos na Espanha e na França

Na Espanha, a La Liga opera um modelo ainda mais centralizador. Os clubes têm suas demonstrações financeiras analisadas, e aqueles que não cumprirem com os critérios fiscais são impedidos de inscrever novos jogadores. O Barcelona, que enfrenta desafios financeiros, tenta aumentar suas receitas para equilibrar suas contas. Enquanto isso, na França, o Lyon passou por uma auditoria rigorosa, resultando em sua falência temporariamente decretada por um órgão de controle.

Essas medidas denotam uma preocupação crescente com a fiscalização financeira no esporte, permitindo uma gestão mais responsável e sustentável. A tendência é que cada vez mais ligas e clubes do mundo todo sigam modelos semelhantes, buscando garantir a saúde financeira e competitiva do futebol.

À medida que o Brasil se aproxima da adoção de seu próprio modelo de fair play financeiro, será essencial observar o que as grandes ligas têm feito e aprender com seus sucessos e desafios. O futuro do futebol brasileiro pode depender destas escolhas, e um compromisso sólido com a sustentabilidade financeira pode ser o caminho mais produtivo para as instituições nacionais.

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