Brasil, 13 de agosto de 2025
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Efeitos do tarifão de Trump já impactam alimentos e setor exportador no Brasil

Tarifas impostas pelos EUA reduzem preços de frutas, levam empresas a férias coletivas e alteram o comércio exterior brasileiro

Depois de uma semana de vigência, o tarifão de Donald Trump sobre produtos brasileiros já provoca efeitos no bolso do consumidor e na economia. As tarifas impactam desde alimentos até setores exportadores, levando a uma redução nos preços de frutas e a medidas como férias coletivas em empresas de exportação.

Queda de preços de frutas e impacto na inflação

A inflação oficial do país avançou 0,26% em julho, abaixo das projeções do mercado financeiro, influenciada pela queda nos preços de alimentos, especialmente frutas como manga, uva e açaí. Como o tarifaço começou em 6 de agosto e atingiu produtos como café e carnes, espera-se uma diminuição na pressão inflacionária nos próximos meses. Segundo o economista Leonardo Costa, do ASA, a inflação deve encerrar 2025 em 4,7%, menor que a previsão anterior de 4,9%.

Redução no valor das frutas exportadas para os EUA

O tarifaço tem provocado diminuição de até 50% nos preços de frutas brasileiras enviadas ao mercado americano, como manga e uva. Dados da Abrafrutas indicam que o Brasil exporta pouco mais de US$ 1 bilhão ao ano desses produtos para os EUA. Feirantes relatam que frutas antes vendidas por R$ 100 podem ser adquiridas por R$ 50, devido à redução da demanda internacional e à maior oferta no mercado interno. A queda nos preços já é percebida nas feiras livres.

Impacto no setor de carnes e exportações

Com a imposição das tarifas, exportadores de carne bovina e peixes, como o açaí, estão redirecionando suas vendas para outros países. Grandes empresas, como JBS e Minerva, possuem unidades no exterior, o que ajuda a mitigar os efeitos do tarifão, mas a expectativa é de queda no preço do produto aqui no Brasil. Fábio Romão, da LCA 4Intelligence, alerta que a arroba do boi gordo vem caindo desde julho devido à maior oferta doméstica e à incerteza no mercado internacional.

Férias coletivas e paralisações

O impacto do tarifão também leva empresas a interromperem operações. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário em São Bento do Sul, cerca de 600 trabalhadores de fábricas de móveis estão de férias coletivas numa tentativa de contornar a crise provocada pela redução nas exportações. A região produz aproximadamente 14% dos móveis brasileiros, com exportações concentradas principalmente para os EUA.

Reação das empresas e perspectivas futuras

Algumas empresas de pescados também anteciparam embarques para os EUA antes do início das tarifas, na tentativa de minimizar prejuízos. No entanto, especialistas indicam que o impacto deve continuar, levando ao reajuste de preços e à possível suspensão de alguns produtos no mercado interno.

De acordo com o estudo do O Globo, o efeito do tarifaço já provoca readequações na cadeia produtiva, com empresas adotando estratégias como férias coletivas e redirecionamento de exportações. A expectativa é que os preços de alimentos e produtos exportados sofram maior retração nos próximos meses, influenciando o cenário econômico brasileiro.

Para saber mais sobre as consequências do tarifaço na inflação e setor exportador, acesse esta matéria.

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