Após 16 dias de detenção na Itália, a deputada federal Carla Zambelli, do PL-SP, participou nesta quarta-feira (13) de uma audiência no Tribunal de Apelação de Roma. Neste encontro, os magistrados analisam se a parlamentar deve continuar presa ou ser liberada enquanto aguarda a decisão sobre seu pedido de extradição para o Brasil. Logo ao chegar na corte, Zambelli relatou um mal-estar e foi necessário que ela recebesse atendimento médico, conforme divulgado pelo seu advogado, Fabio Pagnozzi. Como resultado, a audiência foi suspensa.
A situação de saúde da deputada e o posterior adiamento da audiência
A deputada teve que ser trasladada para um hospital devido ao seu estado de saúde. A audiência foi adiada e a previsão é de que seja retomada no dia 27 de agosto, conforme informações da embaixada do Brasil na Itália. Durante esse período, Zambelli permanecerá detida na penitenciária de Rebibbia, localizada nos arredores de Roma, que é parte de um dos maiores complexos prisionais da Europa.
De acordo com o advogado, a parlamentar enfrenta uma série de problemas, tanto físicos quanto psicológicos, que incluem fibromialgia, condição que causa dores generalizadas pelo corpo, além de episódios de depressão. A lista desses problemas será apresentada ao tribunal na tentativa de argumentar a favor de sua liberação ou a conversão da prisão em domiciliar.
Tratamento da questão de saúde na audiência
Pagnozzi afirmou: “Tratamos sim a respeito das questões da saúde da deputada, tanto física quanto psicológica. Nosso objetivo é que ela possa aguardar a decisão de extradição em liberdade, mas existe também a possibilidade de domiciliar.” O advogado ressaltou ainda que Zambelli sofre de um tipo raro de fibromialgia, combinada com diversas disfunções psicológicas, temas que serão discutidos na audiência.
Contexto legal e político da prisão de Carla Zambelli
A audiência está sob a condução do juiz italiano Algo Morgigni. Em uma primeira sessão realizada em 1 de agosto, Zambelli se declarou vítima de perseguição política e expressou o desejo de passar por um novo julgamento na Itália. É importante lembrar que a deputada possui dupla cidadania, brasileira e italiana, o que complica ainda mais sua situação legal.
Considere-se que Zambelli é vista como fugitiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. Em seu país, ela já foi condenada a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esses crimes motivaram o pedido de extradição e a inclusão de seu nome na lista de difusão vermelha da Interpol, indicando a seriedade das acusações que enfrenta.
Decisão sobre a extradição e as possíveis implicações
Os argumentos a favor e contra a deputada Zambelli serão analisados pela Justiça italiana. Entretanto, a decisão final sobre sua remoção para o Brasil cabe ao Ministério da Justiça da Itália, que tem o poder de negar a extradição mediante razões políticas. A embaixada brasileira estima que toda a tramitação do caso deverá ser finalizada até o fim deste ano, mas ainda existem muitas indefinições sobre o desfecho dessa complicada situação.
Enquanto isso, a situação de saúde da deputada é uma preocupação não apenas para sua defesa, mas também para seus apoiadores. A repercussão do caso Zambelli destaca o entrelaçamento entre política e justiça, levantando questões sérias sobre direitos humanos, saúde e a complexidade de acusações que envolvem uma figura pública em um cenário internacional.
