No início desta semana, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou Brasília como exemplo de “capital violenta” ao anunciar uma intervenção federal na segurança de Washington. A declaração gerou uma rápida resposta do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que enviou uma carta à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília para esclarecer a percepção equivocada sobre a segurança da capital brasileira.
Reação do governador do DF às declarações de Trump
Na carta, Ibaneis Rocha argumentou que, com base em dados oficiais, a percepção de Brasília como uma cidade violenta não reflete a realidade. Ele destacou que o baixo índice de criminalidade no DF é resultado de políticas de segurança pública efetivas implementadas ao longo dos anos. “É necessário esclarecer, com base em dados oficiais, que tal percepção não reflete a realidade da capital brasileira”, afirmou o governador. Ele também aproveitou para criticar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sugerindo que a situação de segurança é um reflexo da falta de diálogo entre os dois países.
Comparação entre Brasília e Washington
O pronunciamento de Trump, ocorrido no dia 11 de agosto, reiterou a crescente criminalidade em Washington, com Trump enfatizando que a capital americana apresenta taxas de homicídios superiores a várias outras cidades internacionais, incluindo Brasília. O ex-presidente não hesitou em fazer comparações, indicando que as estatísticas de violência de Washington se aproximam de capitais conhecidas por altos índices de criminalidade, como Bogotá, Cidade do Panamá e Cidade do México. “Vocês querem viver em lugares como esses? Eu acredito que não”, disse Trump.
Em resposta, o governo do Distrito Federal não apenas contestou a afirmação, mas também apresentou dados que demonstram que Brasília possui uma taxa de homicídios significativamente menor do que Washington. Enquanto a taxa de homicídios na capital americana atingiu 40,4 vítimas por 100 mil habitantes em 2023 – um aumento que vem sendo observado nos últimos anos – Brasília registrou uma taxa de 6,9 vítimas para cada 100 mil habitantes em 2024. O DF também alcançou a menor taxa de homicídios em 48 anos, evidenciando a efetividade das políticas locais em combate à violência.
Dados de criminalidade nas capitais
A comparação entre os índices de criminalidade em Brasília e Washington destacou números que contradizem as afirmações de Trump. Em 2024, a taxa de homicídios no DF foi de 6,9, enquanto em Washington, a taxa foi de 27,3 por 100 mil habitantes. Esses dados refletem uma tendência oposta: enquanto Brasília apresenta uma queda constante nos índices de violência desde 2012, Washington tem enfrentado um crescimento alarmante nos últimos anos.
Dados históricos de homicídios
Um gráfico ilustrativo divulgado mostra a série histórica da taxa de homicídios tanto em Brasília quanto em Washington, evidenciando a queda constante nos índices da capital brasileira, em contraste com o aumento na capital americana. Desde 2013, Washington viu sua taxa de homicídios disparar, enquanto o DF, por sua vez, tem se distanciado das altas taxas que o caracterizaram há algumas décadas.
O que diz o governo sobre a segurança no DF
O secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar, reafirmou que Brasília é mais segura do que Washington e que isso fica evidente nos números. “O que o presidente Trump disse pode ser uma surpresa para muitos, mas é apenas a realidade dos números, baseada no índice mundialmente aceito de homicídios a cada 100 mil habitantes”, enfatizou. Avelar sublinhou que a capital brasileira se aproxima de países da Europa em termos de segurança.
Considerações finais
A comparação feita por Trump acendeu um debate importante sobre a segurança pública nas capitais do mundo e ressaltou as diferenças significativas nos índices de criminalidade entre Brasília e Washington. Enquanto o ex-presidente americano utilizou dados alarmantes para justificar uma intervenção na segurança de sua própria capital, os dados do governo do DF oferecem um panorama mais positivo, evidenciando a eficácia das políticas de segurança implementadas na região. O episódio coloca em destaque a importância de uma visão crítica e fundamentada sobre segurança pública, principalmente em tempos de polarização política e desinformação.
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