Brasil, 13 de agosto de 2025
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Por que a inteligência artificial faz os pais repensarem o compartilhamento de fotos

Pais enfrentam dilemas ao postar fotos de filhos online, com riscos de deepfakes, assédio e privacidade, impulsionados pela IA

Na era digital, muitos pais estão reconsiderando a prática de compartilhar fotos de seus filhos nas redes sociais devido aos avanços da inteligência artificial. A decisão de não postar, como a minha, surge diante dos riscos crescentes de deepfakes e manipulações digitais que podem afetar a privacidade e a segurança das crianças.

Deepfakes e aplicativos nudifiers: ameaças emergentes

Os aplicativos de IA conhecidos como “nudifiers” facilitam a criação de imagens falsas de nudez, usando apenas uma foto para gerar versões artificiais. Esses apps, que movimentam cerca de US$ 36 milhões ao ano globalmente, permitem a manipulação de imagens de menores, causando traumas semelhantes aos de fotos reais, segundo especialistas.

Embora leis como o Take It Down Act, sancionado pelo governo dos EUA, tenham criminalizado a circulação de deepfakes não consensuais, a facilidade de acesso a esses aplicativos e a circulação de sites especializados tornam o combate à pornografia de IA um desafio. Empresas como Meta também têm atuado, processando desenvolvedores de nudifiers e colaborando com grupos de proteção infantil.

Riscos e impactos para os pais e crianças

Privacidade e exposição de dados

Publicar fotos online implica na exposição de informações sensíveis, como data e local de aniversários, que podem ser usados por criminosos para fraudes ou roubo de identidade. Nos últimos anos, casos de menores vítimas de roubo de dados aumentaram 40%, segundo a Comissão Federal de Comércio.

Privacidade em contas restritas

Utilizar configurações de contas privadas pode reduzir riscos, mas não elimina a possibilidade de alguém conhecido usar as fotos de forma maliciosa. Sarah Gardner, fundadora da Heat Initiative, ressalta que até seguidores próximos podem ser responsáveis por abusos.

O que os pais devem considerar

Abusadores podem copiar fotos enviadas apenas para amigos ou tirar fotos próximas das crianças para construir deepfakes ou manipulá-las. Assim, evitar postar fotos online se torna uma estratégia essencial para proteger a privacidade infantil.

Por outro lado, compartilhar em plataformas privadas ou através de mensagens criptografadas reduz os riscos, embora não os elimine completamente. Cada família deve ponderar os benefícios do compartilhamento versus os perigos envolvidos.

O futuro do compartilhamento de fotos e os desafios regulatórios

Segundo especialistas, a regulamentação de deepfakes ainda é um campo em desenvolvimento. Enquanto isso, sites e redes sociais proíbem anúncios de aplicativos de nudificação, mas sua circulação na internet persiste, especialmente em países com leis mais brandas ou fiscalização mais difícil.

O impacto da tecnologia de IA no cotidiano das famílias exige uma reflexão cuidadosa: qual é o limite entre compartilhar memórias e proteger a integridade das crianças? Afinal, um dia, elas próprias decidirão se querem ou não expor sua imagem publicamente.

Para mais informações, veja a reportagem completa em O Globo.

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