A Eastman Kodak anunciou nesta terça-feira (12) que enfrenta uma grave crise financeira, com uma dívida de aproximadamente 500 milhões de dólares (R$ 2,7 bilhões) prestes a vencer. A empresa, que foi líder no mercado fotográfico por décadas, admitiu a falta de liquidez suficiente para honrar suas obrigações, o que coloca em dúvida sua continuidade operacional, segundo seu relatório de resultados mais recente.
Desempenho financeiro e perspectivas de sobrevivência
Nos três primeiros meses de 2025, a Kodak registrou um prejuízo líquido de 7 milhões de dólares (R$ 37,8 milhões), revertendo o lucro de 32 milhões de dólares (R$ 172,8 milhões) do mesmo período do ano anterior. A receita total se manteve quase estável, com uma leve queda de 249 para 247 milhões de dólares. O relatório revelou a redução das reservas de caixa de 201 para 158 milhões de dólares em apenas três meses, aumentando a preocupação sobre a viabilidade da companhia.
De acordo com o documento, há \”dúvidas substanciais sobre a capacidade da empresa de continuar operando\” devido à ausência de \”financiamento comprometido ou liquidez suficiente\” para quitar as dívidas que vencem em maio de 2026. A admissão formal evidencia a gravidade da crise, que ameaça a sobrevivência da Kodak após mais de um século de história.
Medidas emergenciais e otimismo do CEO
Para tentar driblar a crise, a Kodak planeja suspender os pagamentos de seu plano de pensão e aposentadoria, além de buscar alternativas de financiamento, incluindo potencial refinanciamento das dívidas. Apesar do cenário negativo, o CEO Jim Continenza demonstra otimismo, afirmando que a companhia projeta pagar uma parte significativa de suas dívidas antes do vencimento e buscar estender ou modificar suas obrigações financeiras.
Um porta-voz da empresa afirmou à CNN que há confiança na capacidade de pagamento de uma grande parcela de suas obrigações e na possibilidade de estender ou refinanciar suas dívidas e ações preferenciais restantes.
Histórico e trajetória de ascensão e declínio
Fundada em 1892, a Kodak revolucionou a fotografia ao popularizar o uso de câmeras acessíveis e filmes fotográficos, chegando a dominar até 90% do mercado de filmes e 85% de câmeras nos Estados Unidos na década de 1970. Apesar de inventar a primeira câmera digital em 1975, não conseguiu aproveitar o avanço tecnológico, o que contribuiu para sua crise posterior.
Após declarar falência em 2012, com dívidas de cerca de 6,75 bilhões de dólares (R$ 36,4 bilhões), a Kodak tenta se reinventar, investindo na fabricação de filmes, produtos químicos para a indústria cinematográfica e na licença de sua marca para produtos de consumo. Entretanto, a atual crise financeira ameaça seus planos de recuperação.
Impacto e futuro incerto
O documento financeiro reforça que, sem uma solução emergencial, a continuidade das operações da Kodak está em risco. Enquanto busca alternativas de financiamento, a empresa tenta manter a confiança de investidores e do mercado, apesar do momento delicado.
A situação da Kodak reafirma os desafios enfrentados por empresas tradicionais na adaptação às novas tecnologias e ao mercado digital, destacando a importância de estratégias de inovação e gestão financeira eficiente para a sobrevivência no cenário atual.
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