A disputa judicial entre a comediante Juliana Oliveira e o apresentador Otávio Mesquita ganhou novos contornos. No dia 8 de agosto, a defesa de Juliana protocolou um pedido fazendo uma reconvenção no processo que corre na 11ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, solicitando uma indenização de R$ 150 mil. Este caso está intrinsecamente ligado a um inquérito policial que investiga a denúncia de estupro feita por Juliana contra Mesquita. A investigação prossegue na Polícia Civil.
Entendendo a Reconvenção no Processo Judicial
O pedido de reconvenção é uma resposta do réu (neste caso, Juliana) à ação movida pelo autor (Otávio Mesquita). Por meio dessa estratégia legal, o réu não apenas se defende, mas também apresenta uma nova demanda, buscando um direito para si. O advogado de Juliana, Hédio Silva Junior, classificou a ação movida por Mesquita como “descabida e despropositada”. Em suas palavras, ele destaca: “Ou não houve crime e não está prescrito, ou houve crime e, segundo ele [Otávio Mesquita], estaria prescrito. Então não faz nenhum sentido essa tese defensiva”.
Juliana, que atuou como assistente de palco no programa “The Noite”, alega que Mesquita a assediou durante uma gravação em 25 de abril de 2016. A comediante conta que o apresentador passou a mão em suas partes íntimas sem consentimento, desencadeando uma série de eventos que culminaram na sua representação criminal contra ele no Ministério Público.
Impacto Psicológico e Ações da Comediante
Ao ser procurada pela TV Globo, Juliana compartilhou que está cuidando da sua saúde mental. “Sigo cuidando da saúde mental, foi muito difícil fazer a denúncia e após isso sofri muitos ataques na internet. O objetivo é ficar bem”, afirmou. Suas declarações evidenciam o impacto emocional que a situação desencadeou em sua vida, refletindo uma luta não apenas legal, mas também pessoal.
A defesa de Otávio Mesquita, por sua vez, reafirmou sua posição e destacou a “plena convicção” da inocência do apresentador. Em nota, a defesa expressou que a reconvenção esperada não altera a convicção de que foi cometida uma injustiça contra Mesquita, pedindo que Juliana pague uma indenização por danos morais.
Situação do Inquérito Policial
Em abril deste ano, a Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito para apurar a denúncia de Juliana. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, o 7° Distrito Policial de Osasco está à frente das investigações e realiza diligências para esclarecer o caso. A promotora Priscila Longarini Alves, responsável pelo inquérito, mencionou que há elementos que necessitam de investigação quanto à “prática de eventual infração contra a dignidade sexual” de Juliana.
Juliana detalhou o incidente em redes sociais, descrevendo momentos em que se sentiu presa e insegura devido à presença de Mesquita. Ela relatou: “Fui começar a entender de fato o que aconteceu comigo em 2020. Quando eu vi o Danilo defendendo a Dani Calabresa do Marcius Melhem na internet”, indicando que sua compreensão sobre o que havia ocorrido se aprofundou com o tempo.
Reação de Otávio Mesquita às Acusações
Otávio Mesquita se defendeu publicamente, chamando a acusação de “caluniosa” e expressando tristeza pelo que considerou uma distorção da situação. Ele alegou que, em quase uma década desde o episódio, nunca houve uma reclamação formal ou desagravo da parte de Juliana, sugerindo que a situação foi mal interpretada. Mesquita se comprometeu a tomar as devidas providências legais para preservar sua honra e o nome de sua família, afirmando também que não repetiria ações que, segundo ele, foram mal interpretadas.
A luta por justiça e entendimento
A situação envolvendo Juliana Oliveira e Otávio Mesquita traz à tona não apenas a complexidade do caso em si, mas também a luta de muitas mulheres que enfrentam dificuldades semelhantes ao denunciar abusos. O caso segue em andamento, e tanto a comediante quanto o apresentador continuam a travar uma batalha judicial cujo desfecho ainda é incerto.
Este caso é um lembrete da importância de ouvir as vozes de quem denuncia e da necessidade de um sistema judicial que promova a verdade e a justiça em casos tão delicados. À medida que as investigações prosseguem, a sociedade espera que a verdade prevaleça e que todas as partes envolvidas possam encontrar o caminho para a recuperação e a justiça.
