Brasil, 12 de agosto de 2025
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Governo dos EUA fecha portas ao diálogo com o Brasil

Depois do cancelamento da reunião com o secretário do Tesouro, Brasil enfrenta dificuldades diplomáticas e econômicas diante das tarifas americanas

O governo dos Estados Unidos fechou as portas ao diálogo com o Brasil após cancelar uma reunião marcada com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em meio a tensões comerciais e políticas. Na manhã desta quarta-feira (28), o ministro Fernando Haddad revelou que a conversa foi desmarcada de forma abrupta, agravando a crise diplomática entre os países.

Interrupção do diálogo e impacto nas negociações

Haddad contou que, quando tentou remarcar o encontro, a resposta foi a suspensão definitiva da conversa. Segundo informações da coluna “Painel” da Folha de São Paulo, Bessent enviou o link para a reunião, mas minutos depois cancelou sem justificativa clara. O ministro ressaltou que essa postura demonstra o encerramento do canal de negociações aberto até então.

“Menos de 16 horas após o envio do link, Scott Bessent cancelou abruptamente a conversa”, afirmou a coluna. A decisão ocorre após o aumento das tarifas americanas de 10% para 50%, estratégia que prejudica diretamente a economia brasileira, principalmente no setor de exportações.

Reação política e posições ambíguas

O deputado Eduardo Bolsonaro continuou defendendo que os Estados Unidos devem ampliar as sanções econômicas contra o Brasil, alegando que é uma resposta a supostas atitudes do governo brasileiro. Em postagem na rede X, pediu que seus seguidores agradeçam aos Estados Unidos pelos “esforços”.

Por outro lado, o governador Tarcísio de Freitas manteve uma postura ambígua, realizando declarações que, na prática, reforçam a necessidade de diálogo enquanto minimizam a situação. “Quantas vezes vamos ter reuniões de alto nível no Departamento de Estado? É isso que vai fazer a diferença”, afirmou, apesar de críticas ao seu próprio campo político por fazer discursos contraditórios.

Medidas econômicas e estratégias de enfrentamento

No Estúdio i, Haddad detalhou que o governo prepara ações voltadas a mitigar os efeitos da crise comercial, como melhorias no Fundo de Garantia à Exportação, linhas de crédito subsidiadas e facilitação no sistema de importação para exportação. As medidas buscam proteger empresas que ainda enfrentam dificuldades, sobretudo aquelas que dependem de compras governamentais, como produtores de frutas.

Ele admitiu que não será possível estender o mesmo suporte a todos os setores de forma uniforme, devido às diferentes realidades enfrentadas. “Não conseguimos colocar todo mundo na mesma moldura”, destacou Haddad, ressaltando o desafio de desenhar um pacote de ajuda eficiente para empresas tão distintas.

Consequências da crise e perspectivas futuras

O aumento das tarifas americanas já causa efeitos palpáveis nas empresas brasileiras, com elevação de custos de frete e incertezas contratuais, como mostrou reportagem de Vinicius Neder publicada ontem no GLOBO. Essa situação reforça a urgência na implementação de medidas rápidas pelo governo.

Especialistas alertam que a crise deve reduzir o crescimento do PIB e aumentar a retração das exportações. Além disso, o comércio com os Estados Unidos, que já caiu de 25% para 12% do total em uma década, deve continuar encolhendo diante da deterioração das relações bilaterais.

Para Haddad, o aumento das tarifas revela a necessidade de fortalecer o diálogo diplomático, ainda que o governo americano esteja, neste momento, completamente fechado ao entendimento. A expectativa é que novas ações do governo brasileiro sejam anunciadas em breve, com foco na proteção das empresas e na preservação da economia nacional.

Fonte: O Globo

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