Brasil, 12 de agosto de 2025
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Domínio brasileiro na Libertadores e escassez na Sul-Americana

Os times brasileiros se destacam na Libertadores, mas a Sul-Americana ainda é considerada de menor valor. Confira a análise.

Os principais torneios continentais de futebol estão de volta, e com eles se intensifica a batalha pela glória nas competições. Enquanto seis equipes brasileiras se apresentam na Libertadores, buscando o sétimo título consecutivo para o Brasil — com destaque para Botafogo, Flamengo, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e São Paulo —, apenas dois clubes permanecem na disputa pela Sul-Americana: Atlético-MG e Fluminense. Este panorama evidencia uma realidade preocupante sobre a valorização das competições, algo que se reflete tanto nos palcos quanto nas arquibancadas.

A desigualdade entre Libertadores e Sul-Americana

Os torcedores dos maiores clubes do Brasil nutrem um sonho quase reverencial de conquistar a “Glória Eterna” da Libertadores. Esta competição, que reúne as principais equipes da América do Sul, oferece benefícios tanto esportivos quanto financeiros significativos, como vagas em torneios da FIFA (Intercontinental e Copa do Mundo de Clubes) e premiações generosas. Em contraste, a Sul-Americana, muitas vezes relegada à condição de “segundo plano”, nunca conseguiu atrair a mesma atenção, especialmente entre os times que já conquistaram ou disputam regularmente a Libertadores.

Uma das razões para essa disparidade é a diferença nas premiações. O campeão da Libertadores de 2025 irá receber 24 milhões de dólares (aproximadamente R$ 130 milhões), mais que o triplo da quantia destinada ao vencedor da Sul-Americana, que é de apenas 6,5 milhões de dólares (cerca de R$ 35 milhões). Em comparação à Copa do Brasil, o campeão fatura R$ 77 milhões, e um time da Série A pode arrecadar acima de R$ 100 milhões se alcançar a fase inicial. Essa diferença substancial faz com que a Sul-Americana seja vista como uma competição menos atraente.

O fator classificação e a visão dos clubes

Outro fator que contribui para a desvalorização da Sul-Americana é a facilidade com que as equipes se classificam para o torneio através do Campeonato Brasileiro. No ano passado, seis times desembarcaram na Sul-Americana, totalizando 14 brasileiros entre as competições continentais, o que desvaloriza a participação, já que a vida na Série A muitas vezes se centra na luta contra o rebaixamento.

Carlos Eduardo Mansur, colunista do GLOBO e comentarista do Sportv, explica: “A Sul-Americana acaba sendo um ‘prêmio’ por muito pouco. Se você não for rebaixado no Brasileiro, está praticamente garantido.” Ele destaca que frequentemente os clubes se veem pressionados por necessidades imediatas em campeonatos nacionais e não têm a estrutura adequada para competir em alto nível no exterior.

A percepção dos torcedores e a relação com a competição

Conrado Santana, jornalista, destaca que a percepção fria e sarcástica dos torcedores em relação à Sul-Americana é um reflexo da postura dos clubes que não priorizam essa competição, preferindo canalizar suas forças para o Campeonato Brasileiro ou a Copa do Brasil. “Há quem chame a Sul-Americana de uma espécie de Série B dos torneios sul-americanos. A frase ‘Meu time está na Libertadores, e o seu?’ pode ressoar com um certo elitismo. O sentimento de que a competição é inferior é generalizado”, afirma Santana.

A edição atual da Sul-Americana já teve a eliminação de seis times brasileiros, porém Mansur não acredita que o futebol nacional seja inferior ao de outros países, mas sim que as equipes de maior tradição valorizam a competição somente quando a possibilidade de conquistar o título é real. “A Sul-Americana só tem valor para clubes com mais camisa se houver a chance de chegar a fases decisivas, caso contrário, sua importância parece reduzida”, conclui.

Enquanto o Brasil é um gigante na Libertadores, a Sul-Americana segue sendo vista como uma competição que carece de prestígio. Com premiações e estrutura inferiores, parece difícil para os torcedores nutrirem a mesma paixão e os clubes encararem com seriedade essa disputa.

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