A recente denúncia do youtuber Felca contra Hytalo Santos, na qual o influenciador é acusado de sexualizar crianças e adolescentes nas redes sociais, provocou uma onda de debates no Congresso Nacional. As declarações trouxeram à tona a urgência de discutir temas relacionados à proteção infantil em um ambiente virtual cada vez mais complexo.
Movimentação no Congresso Nacional
No último domingo (10/08), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que “há uma série de projetos importantes sobre o assunto” e confirmou que pautará um projeto esta semana para discutir a questão do conteúdo inadequado que circula nas redes. Um dos principais textos mencionados é o Projeto de Lei (PL) 2.628/2022, que visa a proteção de crianças e adolescentes e será discutido já na terça-feira.
Esse projeto propõe, entre outras medidas, a proibição da criação de contas em redes sociais por crianças menores de 12 anos, além da implementação de mecanismos de proteção que impeçam a exposição inadequada de menores. A urgência debatida pelo presidente da Câmara reflete a gravidade das alegações feitas por Felca, que ressoam por toda a sociedade.
Impacto da gravação de Felca
A gravação do youtuber, publicada na última quarta-feira (6/08), não apenas causou alvoroço nas redes sociais, mas também uniu políticos de diversas vertentes – da direita, da esquerda e do Centrão – em um consenso sobre a necessidade de combater a adultização das crianças nas plataformas digitais. Essa mobilização evidencia a relevância do tema, que toca no núcleo da proteção às crianças em meio a um cenário digital caótico.
Durante a discussão, a deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) enfatizou a importância de debater a violência e exploração infantil nos ambientes virtuais. “A votação de projetos de combate à exploração infantil nas redes sociais será prioridade”, disse a deputada, que se mostrou disposta a trabalhar para que iniciativas que prevêem punições severas para crimes contra meninas avancem no Congresso.
Reações e consequências
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também se manifestou, enfatizando que “há muito a ser investigado sobre esse mercado macabro”. Damares é conhecida por sua defesa firme contra o abuso infantil e por seu trabalho na luta contra a adultização de crianças e adolescentes, um tema que ganhou nova luz devido às denúncias feitas por Felca.
O caso de Hytalo Santos
Hytalo Santos é alvo de uma investigação do Ministério Público da Paraíba sob suspeita de exploração de menores. O caso começou com uma denúncia anônima e já está sendo apurado pelo Ministério Público desde dezembro. A promotora Ana Maria França está investigando se o influenciador, que se autodenomina “pai” de várias jovens, explora adolescentes que vivem sob sua guarda.
A situação se agravou com a notícia de que uma das adolescentes sob a tutela de Hytalo, conhecida como Kamyla Silva, anunciou recentemente que estava grávida dele. Hytalo compartilhou nas redes sociais queKamylinha sofreu um aborto espontâneo, e dois outros casos de menores novamente envolvendo gravidez surgiram, aumentando a polêmica em torno da figura do influenciador.
Denúncias graves
Felca, que possui cerca de 13 milhões de seguidores no YouTube e Instagram, fez duras críticas ao trabalho de Hytalo. Ele alegou que o conteúdo produzido pelo influenciador é voltado a um público pedófilo, caracterizando-o como “nefasto” e um “circo macabro”. As expressões usadas por Felca demonstraram o nível de indignação com as práticas que ele acredita estarem sendo normalizadas nas redes sociais.
Após a divulgação do vídeo, a conta de Hytalo no Instagram foi desativada, gerando ainda mais especulações. O motivo para a suspensão da conta permanece incerto, embora muitos especulem que a pressão pública e as denúncias tenham contribuído para essa ação.
Conclusão
A discussão em torno da denúncia de Felca e as implicações legais que isso gera é um exemplo claro de como a sociedade e os agentes públicos estão se unindo para defender a infância e a adolescência em um cenário de crescente exploração nas redes sociais. A audiência de terça-feira na Câmara será crucial para determinar os próximos passos e as ações legislativas que deverão ser adotadas para combater esses abusos e proteger as crianças no Brasil.
À medida que a investigação avança, a repercussão das declarações de Felca e a resposta do Congresso poderão estabelecer um novo marco na proteção dos direitos das crianças e adolescentes nas redes sociais.