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O clima político no Brasil se intensifica à medida que a corrida para o Senado de 2026 se desenha. Além das dissidências nas legendas do Centrão que ocupam ministérios, o governo enfrenta disputas internas no Partido dos Trabalhadores (PT). Nestes momentos em que o apoio é crucial, a articulação para candidaturas se torna cada vez mais turbulenta, especialmente com a ambição de quatro ministros do PT que almejam um mandato na Casa. Este movimento faz parte dos planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar um controle bolsonarista na próxima legislatura, mas os obstáculos dentro do seu próprio partido e entre aliados se mostram desafiadores.
Obstáculos nas articulações do PT
O contexto político atual, a pouco mais de um ano das eleições, gerou preocupação em relação ao fortalecimento dos palanques, o que pode refletir na governabilidade. Segundo fontes do Palácio do Planalto, a divisão interna no PT e a luta entre correntes partidárias estão gerando receios de que esse cenário possa impactar a candidatura de Lula à reeleição. As disputas estão concentradas, por enquanto, em estados como Sergipe, Paraná, Pará e Bahia, onde a expectativa é de competição acirrada com integrantes da oposição.
A divisão no PT
Recentemente, durante um encontro nacional do PT, Lula expressou preocupação com a fragmentação interna do partido, ressaltando que “picuinhas pessoais” não podem comprometer a unidade da sigla. O presidente enfatizou a necessidade de uma estratégia coesa para garantir a eleição da maioria dos senadores:
“O PT não pode ter a divisão de agora. A CNB tem três correntes em um estado. Isso tem que acabar. Nós precisamos eleger a maioria dos senadores.”
Disputas estaduais: Sergipe, Bahia, Paraná e Pará
No estado de Sergipe, a pré-candidatura do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, gerou tensões com o líder do partido no Senado, Rogério Carvalho, que busca a reeleição. Apesar de existirem duas vagas em disputa, os dois grupos apresentam trajetórias divergentes. Enquanto Macêdo busca formar alianças com o PSD, Carvalho se posiciona como candidato à reeleição, tentando evitar a divisão de votos entre os petistas.
A situação na Bahia é igualmente complicada, com a montagem de uma “chapa dos governadores” que almeja lançar o ministro Rui Costa e o ex-governador Jaques Wagner ao Senado. Contudo, essa estratégia contraria as intenções do governador Jerônimo Rodrigues, que já se comprometeu a apoiar a reeleição de Ângelo Coronel do PSD.
Em todo o Paraná, as candidaturas estão em um impasse entre a ministra Gleisi Hoffmann e o deputado Zeca Dirceu, ambos interessados em se candidatar ao Senado. A recente disputa interna entre os dois resultou em uma eleição acirrada para o controle do diretório estadual, onde Zeca perdeu por apenas 1% para um candidato apoiado por Gleisi.
Finalmente, no Pará, a situação é tensa com o ministro do Turismo, Celso Sabino, intensificando articulações para se candidatar ao Senado. Essa movimentação contraria os planos do governador Helder Barbalho, que já havia reservado apoio a outro candidato do MDB. Sabino é apoiado por Lula, que gostaria de garantir uma segunda candidatura aliada ao lado de Helder.
Lula como árbitro nos conflitos internos
Nos bastidores, há uma crescente expectativa de que Lula terá que intervir no impasse entre os integrantes do partido. A ideia de acomodar os interesses dos dois lados tem sido debatida, com a possibilidade de que Macêdo coordene a campanha presidencial. Porém, até o momento, o Planalto tem sido reticente em intervir diretamente, permitindo que as alianças se estabeleçam até 2026.
Se os conflitos persistirem e começarem a afetar a unidade da base, Lula poderá ter que agir para preservar a governabilidade. A política é uma arte de negociação, e em tempos de incerteza, uma estratégia coesa será essencial para que o PT e seus aliados se mantenham relevantes nas disputas eleitorais que se aproximam.
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