Recentemente, a China destacou cinco embarcações de pesquisa em ou próximo à região do Ártico, nas proximidades do Alasca, conforme relatado pela Guarda Costeira dos EUA. A Guarda Costeira está monitorando de perto os movimentos dessas embarcações e afirmou que “permanece pronta para responder a adversários operando nas águas do Alasca e do Ártico dos EUA”, segundo informações da Newsweek.
A importância dessa presença chinesa no Ártico
A China vem se afirmando como um “Estado quase ártico” e um ator importante nos assuntos do Ártico há algum tempo. Nos últimos meses, seu envolvimento tem aumentado, incluindo o envio de três embarcações de pesquisa simultaneamente na temporada passada. Essa movimentação tem sido vista com preocupação pelos Estados Unidos, especialmente em razão da cooperação da China com a Rússia. O Pentágono convocou por uma maior presença militar, capacidades de inteligência aprimoradas e mais cooperação com aliados norte-americanos para enfrentar as atividades chinesas na região.
Dados sobre as embarcações
Com base em dados de rastreamento público, a Newsweek produziu um mapa que ilustra os movimentos das embarcações chinesas, que se deslocaram de sua costa até as águas do Alasca. Ao mesmo tempo, duas embarcações dos Estados Unidos e uma canadense têm operado na mesma área desde o final de julho. A Embaixada da China em Washington já disse anteriormente que o país realiza “atividades marítimas normais nas águas relevantes, de acordo com o direito internacional”.
O portal de notícias marítimas gCaptain foi o primeiro a noticiar o que classificou como um “movimento sem precedentes no Ártico” por parte de embarcações chinesas. Em contrapartida, a Guarda Costeira dos EUA opera atualmente apenas um quebra-gelo, o USCGC Healy, na região.
No último comunicado de imprensa da Guarda Costeira, foram confirmados avistamentos de duas embarcações de pesquisa da China, o Ji Di e o Zhong Shan Da Xue Ji Di, que operaram no Ártico dos EUA nos dias 5 e 6 de agosto, especialmente nas áreas do Mar de Bering e do Estreito de Bering, próximas ao Alasca.
Contexto geopolítico
O Mar de Bering e o Estreito de Bering localizam-se entre a região leste da Rússia e o Alasca, atuando como uma porta de entrada do Oceano Pacífico para o Oceano Ártico. No dia 25 de julho, a Guarda Costeira dos EUA monitorou outra embarcação chinesa, o Xue Long 2, que estava operando na Plataforma Continental Estendida dos EUA, uma área que se estende por mais de 230 milhas a partir da costa do Alasca.
Historicamente, a atividade de embarcações de pesquisa chinesas tem aumentado nos últimos anos, refletindo uma tendência de maior presença na região. Embora a Guarda Costeira dos EUA não tenha identificado duas das embarcações que operam perto do Alasca, o gCaptain as nomeou como Shen Hai Yi Hao e Tan Suo San Hao.
Atualmente, enquanto o Healy navega ao sul da Plataforma Continental Estendida dos EUA, não há contato visual com as embarcações chinesas. A Guarda Costeira reiterou que “está pronta para responder a adversários operando nas águas do Alasca e do Ártico dos EUA”.
Reações e expectativas futuras
Os Estados Unidos têm expressado preocupação quanto à intenso aumento das atividades de pesquisa da China no Ártico, e a Guarda Costeira afirmou que suas respostas visam contrabalançar atividades prejudiciais, defender interesses soberanos e promover a conduta marítima que esteja em conformidade com as normas e leis internacionais.
Enquanto isso, os representantes da Embaixada da China em Washington alegam que o país sempre atuou em conformidade com as normas internacionais, pedindo que as partes envolvidas analisem a situação de forma adequada, sem suspeitas infundadas. O futuro das operações das embarcações chinesas no Ártico em proximidade ao Alasca ainda é incerto, e a atenção da comunidade internacional está voltada para os desenvolvimentos na região.