O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou nesta terça-feira (12) que, após 18 meses de alta consistente, o preço do café moído caiu 1,01% em julho. Essa será a primeira redução registrada no valor do produto nesse período, refletindo uma maior oferta devido à safra e à colheita em andamento.
Queda de preço do café moído em julho
O recuo de julho faz parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que revelou uma inflação oficial de 0,26% para o mês. Apesar da queda em julho, o café acumula alta de 41,46% no ano e 70,51% em 12 meses. O item responde por 0,30 ponto percentual na inflação anual, ficando atrás apenas das carnes, que tiveram uma alta de 23,34%.
Saída da alta impulsionada por fatores climáticos e demanda mundial
Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, a redução do preço do café em julho não se deve ao tarifamento imposto pelos Estados Unidos, que entrou em vigor no início de agosto, mas sim ao aumento na oferta da safra, com a colheita em andamento. “São números de julho”, afirmou Gonçalves, destacando que a cobrança de tarifas de 50% só começou no dia 6 do mês passado. Leia mais sobre o tarifaço.
“[Em julho], já estava começando a colheita, uma oferta maior no campo. Pode ser efeito dessa maior oferta”, sugeriu o analista.
A maior colheita aumenta a disponibilidade de café no mercado, reduzindo a pressão dos preços, especialmente diante da maior demanda mundial, impulsionada pelo aumento do consumo na China. Essa combinação de fatores contribui para a redução do preço após meses de valorização impulsionada por eventos climáticos adversos.
Impacto do clima, demanda e tarifas na alta do café
Conforme a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), os 18 meses anteriores à última queda foram marcados por dificuldades climáticas que prejudicaram a safra, além de uma demanda global crescente. As tarifas impostas pelos EUA também devem encarecer o produto, levando os compradores americanos a repensar as aquisições, caso as tarifas continuem a vigorar.
“Tendo uma oferta maior do produto, a tendência é redução de preços”, avaliou Gonçalves. Além disso, o clima favorável nesta safra deve manter os preços sob controle nos próximos meses.
Perspectivas futuras para o mercado do café
Especialistas apontam que a combinação de maior oferta e preços mais acessíveis deve impactar positivamente o consumo interno e as exportações brasileiras. A expectativa é de que o mercado se estabilize depois de meses de alta, especialmente caso o cenário climático seja favorável e as questões comerciais, como o tarifamento, sejam resolvidas.
Para verificar detalhes da pesquisa do IBGE e o impacto no mercado, acesse o link oficial.