Brasil, 13 de agosto de 2025
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Brasil propõe tarifa para países ricos na COP30 em busca de justiça ambiental

Na COP30, Brasil sugerirá tarifação a países ricos para combater as mudanças climáticas e promover educação ambiental nas escolas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta terça-feira (12), que o Brasil irá propor a criação de uma tarifa a ser paga por países ricos durante a COP30 (Conferência do Clima), que ocorrerá em novembro em Belém, no Pará. A medida visa abordar a questão das mudanças climáticas e promover uma maior justiça ambiental.

Justiça ambiental como prioridade

Durante uma entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Band News, Lula afirmou que os países desenvolvidos têm uma dívida, estimada em mais de US$ 1,3 trilhão por ano, resultante das suas contribuições às mudanças climáticas. “Nós queremos, na verdade, que haja justiça ambiental. E a COP, no Brasil, será transformada na COP da verdade”, declarou o presidente.

A questão é pertinente, especialmente quando observamos o impacto do aquecimento global. Lula enfatizou a importância de convidar chefes de Estado para que compartilhem suas visões sobre os alertas emitidos pela comunidade científica, questionando se realmente acreditam na existência do problema do aquecimento global. “A nossa responsabilidade é de não permitir que haja um aquecimento. Na verdade, já está em curso”, ressaltou.

Educação ambiental nas escolas

Além das propostas voltadas à justiça ambiental, Lula também revelou planos de incluir a educação ambiental no currículo escolar. Ele acredita que a conscientização sobre práticas sustentáveis deve começar desde a infância. “Eu acho que uma criança aprendendo como é que faz coleta seletiva de lixo pode educar o pai e a mãe”, afirmou o presidente.

Essas ideias são parte de um esforço maior para sensibilizar a população sobre questões ambientais. Lula citou fenômenos climáticos extremos, como neve na Arábia Saudita e chuvas em desertos, como evidências da “irresponsabilidade humana” em relação ao meio ambiente.

Exploração mineral e desenvolvimento sustentável

Lula também anunciou a criação de um conselho voltado à discussão sobre a exploração mineral no Brasil, que será subordinado à Presidência da República. O foco, segundo ele, será garantir que a exploração de minérios ocorra no país. “Se o Brasil tiver que fazer acordo com o país para explorar algum dos minérios que nós temos aqui, isso terá que ser produzido aqui no Brasil”, afirmou.

Ele criticou o modelo atual, onde o minério de ferro é vendido e, posteriormente, o Brasil compra produtos industrializados. “Nós aprendemos uma lição. Nós só temos conhecimento de 30% do nosso território. Nós vamos fazer um levantamento de 100% e vamos utilizar isso como uma forma de fazer com que esse país dê um salto de qualidade”, destacou.

Desconhecimento das potências sobre a Amazônia

Em sua fala, o presidente Lula lamentou que as potências estrangeiras desconheçam o fato de que existem 30 milhões de habitantes vivendo na Amazônia. Ele defendeu as políticas ambientais do governo, que resultaram em uma redução de 50% do desmatamento na região. “Eu assumi o compromisso de que a gente vai conseguir chegar a desmatamento zero até 2030”, garantiu.

Lula enfatizou que o Brasil deve ter orgulho por ser o país com a maior floresta tropical do planeta. “Nós queremos cuidar dela. Cuidando da nossa floresta, da nossa água, do nosso Pantanal, da nossa Caatinga, do nosso Cerrado”, afirmou. Ele ainda destacou que a defesa do meio ambiente é essencial para garantir qualidade de vida ao povo trabalhador: “Embaixo de cada copa de árvore, existe um pescador, um seringueiro, um extrativista, um trabalhador rural, um indígena. Essa gente precisa sobreviver”.

A proposta de Lula para a COP30 reflete um movimento importante em busca de um futuro mais sustentável e justo, tanto para o Brasil quanto para o mundo. À medida que essa conferência se aproxima, aguarda-se um intenso debate sobre as responsabilidades dos países ricos no enfrentamento das mudanças climáticas e a busca por soluções efetivas para um desenvolvimento sustentável.

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