O presidente Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (11) a mobilização da Guarda Nacional em Washington, D.C., e a transferência do comando da polícia local para o governo federal, medida que ocorre mesmo contra a resistência de líderes da cidade, que negam o aumento da criminalidade.
Trump usa lei de emergência para assumir controle da polícia de Washington
De acordo com a declaração oficial, Trump invocou a seção 740 da Lei de Autonomia de Washington, que permite ao presidente dos Estados Unidos tomar o controle da Polícia de DC em “condições de emergência”. Segundo ele, o movimento visa proteger o centro político e a segurança pública.
Apesar de dados oficiais mostrarem uma redução de 26% nos crimes violentos na cidade até julho de 2025, o presidente descreveu Washington como “uma das cidades mais perigosas do mundo” em uma postagem no Truth Social, sábado passado. Ele também afirmou que busca tornar a capital “mais segura e bonita”, garantindo remoção imediata de moradores de rua.
Ações federais e controvérsias
Nos últimos dias, Trump já havia enviado forças federais, incluindo o U.S. Park Police, ICE, FBI, BATF e U.S. Marshals, para patrulhar as ruas de Washington durante a noite. Caso utilize oficialmente a Guarda Nacional, será uma ação raríssima de militarização do solo americano, potencialmente violando a Lei Posse Comitatus, que restringe o uso do Exército para policiamento interno.
Durante protestos de justiça racial em 2020, Trump já tinha enviado tropas da Guarda Nacional à Lafayette Square para dispersar manifestantes. A atual medida intensifica a presença militar na capital, gerando críticas das autoridades locais.
Reação da prefeitura e análise da situação
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, afirmou ao MSNBC que as declarações de Trump que compararam a cidade a um “país em guerra” são “hiperbólicas e falsas”. Dados da polícia local indicam que os crimes violentos caíram 26% em 2025 em relação ao ano anterior, desacreditando a narrativa de aumento da violência.
Especialistas dizem que a decisão do presidente reforça um discurso de segurança que tem sido polarizador, enquanto analistas políticos apontam que a medida busca tanto demonstrar força quanto desviar o foco de investigações sobre suas ações anteriores.
Contexto e próximos passos
Trump admitiu considerar o uso da Guarda Nacional para “agir de forma decisiva contra o crime”, apesar dos riscos legais e constitucionais. Autoridades locais continuam articulando respostas, enquanto a Casa Branca estuda os detalhes finais da operação, prevista para se concretizar nas próximas semanas.
A medida ocorre em um momento de crescente tensão política nos Estados Unidos, com o presidente buscando reafirmar sua postura de firmeza na segurança pública e contestando a narrativa oficial sobre a situação da cidade.