Brasil, 11 de agosto de 2025
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Trump cita Brasília como capital violenta ao anunciar intervenção em Washington

Ao anunciar medidas de segurança em Washington, Trump compara a capital americana a Brasília e outras cidades com altos índices de criminalidade.

No último dia 11 de agosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou Brasília como um exemplo de “capital violenta” em um discurso onde anunciou uma intervenção federal na segurança de Washington, D.C. A medida foi defendida por Trump como uma resposta a uma “trágica emergência de segurança” na cidade, uma afirmação que foi prontamente contestada pela prefeita do distrito de Colúmbia, Muriel Bowser, que apontou estatísticas oficiais que contradizem essa alegação desde 2023.

A comparação de Trump com outras capitais

Em seu discurso, Trump destacou que a criminalidade em Washington teria superado a registrada em várias capitais internacionais, incluindo Bogotá, na Colômbia, e a Cidade do México. “Olhando os números, temos alguns gráficos com diferentes cidades ao redor do mundo: Bagdá, Panamá, Brasília, San José, Bogotá, Cidade do México, Lima… [Em comparação a todas] nós dobramos ou triplicamos [a taxa de criminalidade]. Vocês querem viver em lugares como esses? Eu acredito que não”, afirmou Trump.

A comparação causou desconforto, especialmente considerando que a taxa de criminalidade de Brasília é, de fato, bem diferente da capital americana. Segundo dados do Atlas da Violência, o Distrito Federal (DF) registrou 347 homicídios em 2023, enquanto Washington D.C. teve 274 assassinos no mesmo período, apesar da população da capital americana ser consideravelmente menor.

Taxas de homicídio e intervenções

Em termos de taxas de homicídios, a discrepância é ainda mais significativa. O DF apresentou 12,3 homicídios para cada 100 mil habitantes, bem abaixo dos 39,86 por 100 mil registados em Washington D.C. isso evidência a disparidade entre as realidades das duas cidades.

Trump propôs retirar pessoas sem-teto de Washington, argumentando que a cidade necessita de um ambiente mais seguro para seus residentes. “Nós queremos segurança em Washington. Você quer poder viver na sua casa ou apartamento e se sentir seguro para ir até uma loja comprar um jornal ou alguma outra coisa. Você não tem isso mais”, declarou o presidente.

Reação da prefeita e contexto político

A intervenção se deu em um momento de tensão política e social, onde a prefeita Bowser, uma democrata, refutou a declaração de Trump sobre emergência de segurança, ressaltando que a criminalidade no distrito tem mostrado tendência de queda desde 2023. Como principal autoridade executiva da cidade, Bowser exerce funções semelhantes às de um governador e tem criticado a intervenção federal, afirmando que o aumento de tropas e controle sobre a polícia não é a solução para os problemas de segurança.

A Guarda Nacional, que será enviada para a cidade, é uma força híbrida vinculada ao Exército dos EUA, com funções estaduais e federais. O envio de tropas é uma medida rara e reflete a preocupação do presidente com a segurança, embora a prefeita e outros críticos acreditem que tais ações possam minar a autonomia local e não abordar as causas subjacentes da criminalidade.

Conclusão

A referência de Trump a Brasília como uma “capital violenta” não apenas gera discussão sobre as políticas de segurança nos EUA, mas também coloca em evidência a complexidade das comparações internacionais sobre criminalidade. Enquanto o presidente busca reforçar a segurança em Washington enfrentando desafios em sua administração, muitos observadores questionam a legitimidade de tais comparações e as soluções propostas.

O futuro da segurança em Washington e seu impacto sobre a gestão da prefeita Bowser e seus esforços de políticas públicas ainda estão por vir, mas a intervenção federal claramente terá ramificações profundas, tanto na política local quanto na segurança da cidade.

Para mais informações sobre a política e a segurança em Brasília e Washington, acesse o g1 DF.

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