Brasil, 11 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Tarifas de Trump geram instabilidade e caos no mercado de exportação brasileiro

Aumento de tarifas e incertezas alteram logística, contratos e planejamento de empresas brasileiras que exportam para os EUA

Após o anúncio de Trump de uma sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros, o mercado de exportação do Brasil enfrenta instabilidade, aumento de burocracia e dificuldades logísticas. Empresários relataram a dificuldade de planejar meses à frente, diante da mudança repentina nas regras comerciais.

Incertezas e aumento da burocracia nas exportações

A crise tem gerado insegurança jurídica e aumento de custos. Segundo Welber Barral, sócio do escritório Barral Parente Pinheiro Advogados, “a burocracia aumenta sempre quando você tem mais controle do Estado”.

Luciano Bonaldo, sócio da Netuno USA, uma importadora na Flórida, destacou que é difícil fazer planos com mais de uma semana de antecedência, pois as regras mudam constantemente. “Não sabemos o que vai acontecer depois, e isso prejudica o planejamento”, afirmou.

Impacto na logística e nos contratos de exportação

Para evitar a sobretaxa, muitas empresas aceleraram embarques, o que congestiona rotas: o uso de navios de contêineres entre Brasil e EUA atingiu 98%, segundo a Solve Shipping. Ainda assim, sinais de que o frete marítimo está mais barato indicam uma possível redução na demanda.

Empresas como a Frooty Açaí, que embarcam mangas e outras frutas, tiveram que recorrer ao transporte aéreo para evitar os efeitos das tarifas, mesmo que isso aumente os custos. “Na logística, o maior problema é o custo extra de cancelamento e a imprevisibilidade”, explicou Rodrigo Viti, da Allog.

Alterações nos planos das empresas brasileiras

Empresas de diversos setores, como moda praia e equipamentos eletrônicos, ajustaram suas estratégias. Despina Filios, da Despi, afirmou que trabalhou intensamente para enviar biquínis ao mercado americano antes da entrada em vigor da tarifa. “Tive que pagar horas extras e acelerar os envios”, relatou.

Na área de tecnologia, a Netzsch, fabricante alemã de bombas, já investiu na expansão de sua fábrica em Santa Catarina, mas teme que a logística e tarifas passem a ser atendidas por fábricas na Europa, pela menor eficiência.

Desafios jurídicos e futuras negociações

No campo legal, há dúvidas sobre contratos, já que operações de comércio exterior são de longo prazo. Gustavo Quedevez, advogado do Barreto Veiga, aconselha cautela no contato com clientes para renegociar condições diante das mudanças abruptas.

Alguns exportadores preferiram enviar cargas para terminais portuários de armazenamento temporário, aguardando um possível alívio nas sobretaxas.

Expectativas e perspectivas futuras

Analistas do setor financeiro avaliam que o impacto das tarifas pode ser menor do que aparenta. Segundo o The Economist, as medidas de Trump podem ser “mais um latido do que uma mordida” na economia global, e o mercado já demonstra sinais de adaptação, como a redução dos preços do frete marítimo.

Enquanto isso, empresas brasileiras continuam buscando alternativas para manter sua presença nos EUA, mesmo com a instabilidade provocada pelas políticas comerciais americanas.

Para mais informações, acesse o fonte original.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes