Brasil, 11 de agosto de 2025
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Polícia civil do RJ desmantela esquema de golpe do falso exame

Operação feita pela Polícia Civil apreende maquinhas de cartão e desarticula quadrilha que aplicava golpe na entrega de laudos médicos.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deu um duro golpe no crime organizado ao apreender, na última sexta-feira (8), 40 maquinhas de cartão durante uma operação contra o golpe conhecido como falso exame. Este esquema envolvia entregadores que, utilizando dados e histórico de pacientes, ofereciam a entrega de laudos médicos na casa dos solicitantes mediante uma taxa, que muitas vezes era exorbitante. A operação ocorreu na comunidade do Vidigal e resultou, além das maquinhas, na retenção de 2 motocicletas e uniformes utilizados pelo grupo criminoso.

Desmantelamento da quadrilha no Vidigal

Os agentes da 15ª DP (Gávea) descobriram um imóvel que estava sendo alugado pela quadrilha, evidenciando a tentativa dos criminosos de não chamar a atenção das autoridades. Durante a operação, os policiais também encontraram 8 cartões de crédito de potenciais vítimas, tornando evidente a extensão do golpe.Até o momento, a polícia identificou que os indivíduos presos em fevereiro voltaram a praticar o crime, mesmo após suas prisões. Somente no último mês, ao menos 10 pessoas registraram ocorrências sobre tentativas de golpe na área atendida pela 15ª DP.

A delegada Daniela Terra fez um apelo à população, ressaltando a importância da vigilância em relação a esse tipo de fraude: “É muito importante que as pessoas fiquem alertas a esse tipo de golpe. Caso recebam ligações ou mensagens oferecendo esse tipo de serviço de entrega de exames, não aceitem. Entre em contato com os canais oficiais dos laboratórios e clínicas para saber se realmente eles têm serviço de entrega.”

Casos reais de vítimas do golpe

Um caso ilustrativo ocorreu com a jornalista Adriana Nóbrega, que quase caiu na armadilha. Ela relatou que sua mãe recebeu uma ligação de uma suposta atendente de um laboratório, informando que os laudos de exames estavam prontos, mas que não poderiam ser acessados online devido a “problemas técnicos”. O telefonema, que parecia inofensivo, rapidamente se transformou em uma tentativa de golpe. Um falso entregador chegou a cobrar R$ 7, afirmando que só era possível pagar com cartão.

Após várias tentativas frustradas de usar a maquininha, ele se dispôs a retornar mais tarde. Momentos depois, Adriana começou a receber notificações do banco sobre tentativas de transações que totalizavam R$ 19.999,99. Graças à rápida ação do seu banco, ela conseguiu bloquear o cartão antes que qualquer prejuízo ocorresse.

Por outro lado, Ana Borges não teve a mesma sorte. Abordada de forma semelhante, ela recebeu uma mensagem sobre alterações em exames de seu pai, que havia recebido alta de um hospital. A proposta de entrega dos laudos em casa parecia conveniente, mas resultou em perdas financeiras significativas. Após o envio do suposto entregador, que inicialmente tentou cobrar R$ 8 pela entrega, o cartão de Ana foi utilizado para compras, totalizando quase R$ 7 mil, valor que não foi estornado, levando Ana a processar a instituição financeira.

Histórico e consequências do golpe

As investigações revelaram que os homens presos em fevereiro pertenciam a uma quadrilha que, em um intervalo de apenas dois meses, impôs um prejuízo estimado em R$ 1,5 milhão às vítimas. Os criminosos confessaram ter adquirido dados de pacientes na deep web, parte da internet que é inatingível por motores de busca tradicionais.

Somado a isso, associações do setor, como a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) e a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), já tinham emitido alertas sobre essa prática, orientando os pacientes a sempre confirmarem diretamente com as instituições sobre qualquer cobrança e a nunca realizarem pagamentos fora dos canais oficiais.

Com a realização dessa operação e a desarticulação dessa quadrilha, a Polícia Civil do Rio de Janeiro mostra que está atenta e atuante no combate a golpes que visam prejudicar cidadãos vulneráveis. A proteção da população é prioridade, e a informação correta é uma ferramenta valiosa na luta contra fraudes como esta.

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