O IBGE divulgará nesta terça-feira (6) o índice oficial de inflação de julho, com expectativa de desaceleração em relação ao mês anterior, quando registrou 0,24%. As projeções do mercado financeiro indicam que o índice deve oscilar entre 0,31% e 0,37%, refletindo mudanças em diversos grupos de produtos e serviços.
Previsões e influências na inflação de julho
Segundo economistas consultados, o IPCA, principal indicador de inflação do país, deve apresentar uma leve aceleração, mas ainda assim sinalizando desaceleração em comparação com meses anteriores. A expectativa de variação fica entre 5,31% e 5,34% no acumulado de 12 meses, ligeiramente menor do que o registrado até junho, que foi de 5,35%.
Fatores de pressão e compensação
Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, destaca que a inflação será pressionada principalmente pelo reajuste na energia elétrica em São Paulo, aumento nas passagens aéreas e pelo impacto de apostas em jogos lotéricos. No entanto, essa pressão deve ser parcialmente compensada pela deflação nos alimentos e bens de consumo, refletindo quedas de preços em setores como vestuário e eletroeletrônicos.
De acordo com Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, a desaceleração também continuará em itens relevantes para a política monetária, especialmente em segmentos de serviços e bens industriais. Ele explica que:
“A inflação perde ritmo devido ao impacto persistente dos juros elevados, à desvalorização do dólar e à normalização na cadeia de oferta de alimentos, que anteriormente pressionaram preços como carne, café e ovos.”
Perspectivas para preços de alimentos e energia
O item Alimentação em domicílio deve registrar deflação de 0,51%, impulsionada pela queda nos preços de alimentos in natura, principalmente tubérculos, segundo Igor Cadilhac, economista do PicPay. Por outro lado, bens industriais devem manter uma alta modesta de 0,05%, apoiada por câmbio relativamente estável.
Para os próximos meses, a previsão é de que agosto apresente uma leve deflação de -0,11%, conforme projeção de Heliezer Jacob, do C6 Bank. Essa expectativa é influenciada pelo bônus de energia elétrica da usina de Itaipu em agosto, que resultará em uma redução momentânea nas tarifas.
Impacto do setor energético
A expectativa é que o bônus de Itaipu contribua para a redução de tarifas em agosto, apesar de a bandeira tarifária estar na cor vermelha 2. Segundo analistas, esse efeito deve ser revertido em setembro, quando a previsão de alta na energia elétrica é de 0,49%. Nesse mês, a bandeira deve retornar à vermelha 1, o que ajudará a conter a alta dos preços.
Essas movimentações reforçam o papel do setor energético na formação da inflação e apontam para uma desaceleração moderada, ainda que com variações relacionadas às condições do mercado de energia.
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