Nesta segunda-feira (11), o dólar abriu em alta diante da expectativa de uma reunião entre o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin para discutir a resposta do Brasil ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos em produtos brasileiros. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, iniciou as operações às 10h.
Plano de contingência contra o tarifaço dos EUA
Após uma semana de tensões, o governo Lula trabalha para alinhar os detalhes de uma estratégia de retaliação, que deve ser anunciada até esta terça-feira. Segundo fontes próximas ao governo, a intenção é mostrar resistência às sobretaxas americanas, mas sem adoção de medidas que possam prejudicar ainda mais as relações diplomáticas.
Mercado e impacto na economia brasileira
Enquanto isso, o mercado financeiro acompanha a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em busca de sinais sobre um possível corte na taxa Selic, em uma semana marcada pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho. A expectativa é de desaceleração da inflação, o que reforça a possibilidade de redução na taxa básica de juros.
Desempenho do dólar e do Ibovespa
Na manhã de hoje, o dólar aumentou sua cotação, acumulando uma alta de 1,96% na semana, porém apresentando uma redução de 2,95% no mês e uma queda de 12,04% no ano. Já o Ibovespa, registrou ganhos de 2,62% na semana, 2,14% no mês e soma cerca de 12,99% no ano, impulsionado principalmente pelo balanço favorável da Petrobras.
Resultados da Petrobras e repercussões no mercado
Ontem, a Petrobras divulgou lucro de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre, mas o pagamento de R$ 8,7 bilhões em dividendos ficou abaixo das expectativas. Além disso, a companhia anunciou novos investimentos, incluindo a distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP). As ações da estatal tiveram forte queda na sexta-feira, PETR3 caiu 7,95% e PETR4 recuou 6,15%, influenciando negativamente o desempenho do índice.
Reações internacionais e cenário global
No cenário externo, os mercados internacionais permanecem atentos ao encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin, que acontece nesta sexta-feira (8). A reunião marca o primeiro encontro entre os líderes desde junho de 2021 e ocorre em meio à crise na Ucrânia, com ambos os países observando possíveis avanços ou estagnação nas negociações de paz.
As bolsas de Nova York operaram em leve alta, enquanto as principais praças europeias fecharam sem tendência definida. Na Ásia, os mercados tiveram resultados majoritariamente negativos, exceto o Japão, que reagiu positivamente às notícias de que os EUA e União Europeia concordaram em reduzir tarifas sobre automóveis.
Perspectivas e próximos passos
O governo brasileiro já sinaliza que não há previsão de acordo imediato com os EUA, uma vez que medidas de retaliação podem incluir a quebra de patentes de medicamentos importados, entre outras ações previstas na Lei da Reciprocidade. O Ministério da Fazenda elaborará uma lista que será apresentada na próxima semana, indicando possíveis sanções comerciais.
Por sua parte, as negociações internacionais continuam, com a expectativa de que encontros diplomáticos possam esclarecer pontos de divergência e evitar uma escalada no conflito comercial.
