O cenário econômico dos Estados Unidos pode estar se deteriorando, com mais da metade das indústrias cortando empregos, segundo um aviso alarmante do economista-chefe da Moody’s Analytics, Mark Zandi. Ele afirmou que, apesar de o país ainda não oficializar uma recessão, há claros sinais de uma desaceleração iminente no mercado de trabalho.
Indicadores de recessão se intensificam
Zandi destacou em uma postagem na plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter) que o principal indicador de recessão é o emprego na folha de pagamento. “Se o emprego cair por mais de um mês consecutivo, estamos em uma recessão”, afirmou ele. Embora os dados de emprego ainda não tenham mostrado uma queda drástica, o crescimento estagnou desde maio e as recentes revisões de dados sugerem que o emprego poderia já estar encolhendo.
Os relatórios mais recentes do governo indicam que a contratação nos meses de maio e junho foi muito inferior ao inicialmente previsto. Com base nisso, especula-se que o relatório de julho indique uma queda. “Não seria surpresa se as próximas revisões confirmassem que o emprego já está em declínio”, explicou Zandi.
Aumento das demissões e o impacto no mercado de trabalho
A advertência de Zandi vem na esteira de um relatório que revelou que as demissões aumentaram 140% em relação ao ano anterior. Isso sugere que a saúde do mercado de trabalho dos EUA está se deteriorando rapidamente. De acordo com o economista, quando mais de 50% das indústrias pesquisadas estão cortando empregos, isso geralmente é um sinal de recessão, e em julho mais de 53% estavam fazendo cortes, com apenas o setor de saúde gerando contratações significativas.
Zandi emitiu um aviso semelhante referente ao mercado de habitação, que precisa da atenção urgente dos proprietários e construtores. Em um alerta, ele afirmou que “uma bandeira vermelha” indica que o mercado está passando por uma grande instabilidade e que uma queda nos preços é iminente.

Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics, alerta que recessão se aproxima.
Consequências do mercado imobiliário para a economia
As vendas de imóveis já estão em declínio acentuado e Zandi acredita que isso pode afetar negativamente a economia em geral. “O mercado imobiliário em breve será um obstáculo à expansão econômica, contribuindo para a crescente lista de preocupações sobre as perspectivas da economia neste ano e no começo do próximo”, afirmou Zandi.
As preocupações não param por aí; a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também alertou que os EUA poderiam entrar em uma recessão devido às políticas comerciais agressivas do ex-presidente Trump, que já estão pesando sobre a economia. Além das tarifas, a OCDE criticou a redução no quadro de funcionários federais e as restrições à imigração, que estão afetando o crescimento econômico.
Com o déficit orçamentário dos EUA em expansão, as projeções indicam que a atividade econômica mais fraca resultará em desvantagens, superando os benefícios obtidos por meio de cortes de gastos e receita de tarifas. O tempo dirá se as advertências emitidas por economistas como Zandi se concretizarão, mas o que está claro é que a economia americana está em um caminho incerto e volátil.

Se uma recessão ocorrer, mais lojas podem fechar de vez.
À medida que a economia avança, o monitoramento atento das condições do mercado de trabalho e do setor imobiliário será crucial para entender o futuro econômico dos Estados Unidos.