No início de agosto, o projeto que busca flexibilizar o licenciamento ambiental no Brasil, sancionado com 63 vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe à tona intensos debates nas redes sociais. Segundo uma pesquisa da Quaest, a discussão ganhou enorme dimensão, com mais de 64 mil postagens apenas nos primeiros dias deste mês, sendo 70% delas críticas ao texto. O alcance das postagens foi significativo, atingindo mais de 50 milhões de usuários por dia.
Percepção negativa da população
A análise da Quaest revelou que o sentimento predominante entre os brasileiros em relação à flexibilização foi majoritariamente negativo. Apenas 19% das postagens apresentaram uma visão positiva sobre o projeto, enquanto 11% se posicionaram de forma neutra. O pico na discussão ocorreu no dia 4 de agosto, quando Lula anunciou os vetos ao texto, gerando quase 12 mil menções na mídia social naquele único dia.
A mobilização nas redes sociais
A pesquisa ainda destacou uma mobilização digital intensa que culminou em um embate de expectativas sobre a decisão do presidente Lula. Antecedendo o prazo para a decisão, muitos usuários das redes sociais clamaram por um veto total ao projeto, refletindo um sentimento de desaprovação considerável. Em contrapartida, grupos com interesse no texto pressionaram pela sanção, afirmando que as mudanças propostas seriam benéficas para o país.
Pressão e posicionamentos
Os críticos do projeto de lei 2.159/2021 mantiveram a palavra de ordem “PL da Devastação”, utilizando-a como um grito de mobilização nas redes. O dia 4 de agosto se destacou por uma onda de postagens com a expressão “veta tudo Lula”, que resultou em mais de 10 mil menções. Por outro lado, apoiadores do projeto optaram por minimizar a discussão ou, em sua maioria, argumentaram que a mudança na legislação visa acelerar o processo de licenciamento e impulsionar o desenvolvimento do Brasil.
O impacto da decisão de Lula
Após a sanção do projeto com os vetos, a Quaest detectou três movimentos distintos entre os grupos envolvidos. Aqueles que apoiavam a proposta comemoraram, mas expressaram críticas a alguns itens vetados, defendendo que o texto deveria ter sido aprovado na íntegra. Por outro lado, os opositores manifestaram sua satisfação com os vetos impostos, embora alguns tenham demonstrado frustração por esperarem um veto completo por parte do presidente.
Análise metodológica
A pesquisa da Quaest utilizou a metodologia de Social Listening Digital (SLD), que recorre a tecnologias para monitorar e coletar menções em diversas plataformas, como Twitter, Instagram, Facebook, YouTube, LinkedIn, TikTok e outros meios de comunicação. A análise se funda em três pilares essenciais: o volume total de menções, a taxa de crescimento do tema e a relevância do evento para o mercado e a sociedade.
Os próximos passos
Com a forte repercussão do tema, a expectativa é que o debate sobre o licenciamento ambiental continue a ser uma pauta central nas redes sociais e na política brasileira nos próximos meses. A preocupação com o meio ambiente e a forma como as legislações impactam comunidades e ecossistemas urbanos e rurais seguem como tópicos sensíveis e de interesse público.
À medida que a pressão social continua, resta saber como os representantes do governo e do Congresso responderão a essas demandas e quais serão os desdobramentos futuros para o meio ambiente no Brasil.
