No vibrante cenário musical da Bahia, onde o forró é mais do que um estilo, mas uma expressão cultural, duas histórias de paternidade se destacam. A música une não apenas os músicos aos seus ensinamentos, mas também revela a profunda conexão entre pais e filhos. Francisco Wanderson Alves Andrade, conhecido como Tatá Lopes, e Antônio Giverlande da Silva Rosa, carinhosamente chamado de Neném do Acordeon, são exemplo de como a música pode ser um elo familiar que desafia as adversidades da vida.
Um trio musical de talento e amor
Com 37 anos, Tatá Lopes é um forrozeiro que, após um casamento que chegou ao fim, assumiu a responsabilidade de criar suas duas filhas: Geovana Cristina, de 17 anos, e Vitória, de 16. Desde pequeno, ele já sonhava em ser pai e trabalhar com música. Às suas filhas, ele passou essa paixão. “Sempre foi meu sonho ser pai e eu sempre trabalhei com música, desde os meus dez anos. Por isso, elas entraram no ramo cedo, aos cinco anos já demonstravam interesse e dom”, lembrou Tatá.
Hoje, o trio musical que formam é uma das alegrias de sua vida. Geovana cuida do ritmo da zabumba e da voz, Vitória toca teclado, enquanto Tatá domina a sanfona. Juntos, eles se apresentam em Feira de Santana, trazendo a tradição do forró para o palco e compartilhando momentos de felicidade e realização.
“A gente faz o que gosta, mas também é aliado à nossa fonte de renda. Sem dúvidas, estar com elas é o meu maior prazer nos palcos”, disse Tatá, refletindo sobre a importância da música em suas vidas. Ele também se preocupa com os desafios da paternidade, ressaltando a responsabilidade de garantir uma educação sólida a suas filhas: “Espero que elas se tornem pessoas dignas, realizem seus sonhos e continuem sendo pessoas de bem e de caráter”, afirmou.
Paternidade e música: a jornada de Neném do Acordeon
Da mesma forma, o forrozeiro Neném do Acordeon, com 54 anos, é pai de cinco filhos e também faz da música seu modo de vida. Ele se tornou pai aos 23 anos e se tornou pai solo, morando atualmente com três de seus filhos: Laiane, de 30 anos, Nínive, de 28, e Laís, de 13. Como músico profissional e multi-instrumentista, Neném compartilha com eles a paixão pela música, mas sem forçá-los a seguir seus passos. “Dou liberdade para eles escolherem suas profissões. Todos seguiram caminhos diferentes, com exceção de Mateus, que aprendeu a tocar comigo e dá aulas de violão na igreja”, contou ele.
A rotina de Neném é intensa, marcada por compromissos com shows, ensaios e as tarefas do dia a dia. “A partir do momento que você se torna pai, precisa mudar radicalmente seus modos de vida. Seus filhos pisam onde você tira o pé, e é seu dever ser uma referência positiva para eles”, explica Neném, que lida com a administração da carreira e a rotina familiar.
O poder da música na educação e conexão familiar
Ambos os músicos, embora sigam trajetórias diferentes, mostram como a música tem o poder de unir famílias. O impacto da experiência musical em suas vidas diárias não se limita ao aspecto financeiro, mas se estende à educação e aos valores que transmitem aos filhos. “Gosto dessa rotina”, afirma Neném, que se empenha para oferecer uma vida cheia de valores e perspectivas a seus filhos.
Essas histórias inspiradoras de paternidade e música refletem a resiliência e o amor que prevalecem mesmo diante das dificuldades. Na Bahia, a cultura do forró não é apenas uma herança musical, mas também um legado que se perpetua através das gerações, reunindo famílias sobre os palcos e nos lares. Os desafios podem ser muitos, mas o amor e a música sempre serão a melodia de suas vidas.
Conclusão
A história de Tatá Lopes e Neném do Acordeon exemplificam a força da paternidade e a importância da música na formação de vínculos afetivos. Em um mundo onde os desafios são constantes, eles encontram na música não só uma profissão, mas um meio de celebrar a vida, a família e o amor incondicional pelos filhos. No Dia dos Pais, essas histórias nos lembram que a paternidade pode ser vivida de muitas formas, mas sempre com um toque especial de amor e dedicação.