Um incêndio de grandes proporções originou-se no Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, no último sábado (9), consumindo cerca de 2.000 m² de vegetação nativa e exótica. A rápida resposta das equipes de emergência foi fundamental para controlar as chamas e evitar que o desastroso incidente se prolongasse, semelhante ao que ocorreu em 2021, quando mais de 50% da área do parque foi devastada por um fogo que durou quatro dias. Neste caso recente, três adolescentes foram detidos pela Guarda Civil Municipal (GCM) por suspeita de iniciarem o incêndio, mas foram liberados logo em seguida, conforme a legislação brasileira que trata de menores de idade.
A resposta rápida ao incêndio
O incêndio foi detectado por volta das 16h. As equipes da Defesa Civil de Franco da Rocha, em parceria com a Defesa Civil de Caieiras e os bombeiros militares e florestais, atuaram por mais de duas horas para conter as chamas. Graças ao trabalho conjunto, o alastramento do incêndio foi contido, evitando que áreas sensíveis do parque fossem atingidas.
Imagens do incêndio e do terreno queimado foram divulgadas nas redes sociais do parque, que expressou sua gratidão pela pronta atuação dos bombeiros civis florestais e das equipes envolvidas. “Graças à pronta atuação da nossa equipe de Bombeiros Civis Florestais, com apoio das Defesas Civis e do 5º GB do Corpo de Bombeiros, o fogo foi controlado. A GCM de Franco da Rocha deteve, em flagrante, três menores responsáveis pelo crime ambiental”, destacou a publicação.
Um crime com consequências severas
A legislação brasileira tipifica como crime atentar fogo em unidades de conservação, prevendo reclusão, multa e outras penalidades. No caso recente, a Guarda Civil Municipal recebeu denúncias sobre a origem do incêndio e rapidamente localizou e abordou os adolescentes envolvidos. No entanto, por serem menores, eles foram liberados após a abordagem. Durante a ação, um isqueiro e uma munição de calibre .38 foram apreendidos.
A experiência trágica de 2021
O Parque Estadual do Juquery, criado em 1993, abriga o último grande remanescente do bioma cerrado na Região Metropolitana de São Paulo. Em um evento similar em 2021, um incêndio provocado por um balão destruiu mais de 50% do parque, um total de 1.175 hectares. Naquela ocasião, as cinzas do incêndio foram levadas pelo vento, causando uma “chuva de fuligem” em diversas áreas da capital paulista.
Apesar da tragédia daquele ano, o parque se recuperou de forma impressionante dentro de três meses, com a reaproximação de diversas espécies animais, como onça parda, lobo-guará e muitos outros, que retornaram a suas habitats. A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado (Semil) está investindo em capacitação para as equipes envolvidas nas operações de prevenção e combate a incêndios florestais, visando proteger este importante patrimônio ambiental.
Um apelo à preservação ambiental
O sentimento entre as equipes de resgate durante o incêndio foi de desespero e impotência. “O que mais dói é que daqui a gente ouve o grito dos bichinhos lá embaixo, pedindo socorro, e a gente não consegue ajudar”, desabafou o guarda civil Adelson Oliveira, em um relato emocionante sobre a difícil situação que enfrentaram. É um chamado à responsabilidade coletiva para a proteção dos nossos parques e do meio ambiente.
À medida que a sociedade se conscientiza da importância das unidades de conservação e do seu papel na manutenção da biodiversidade, é crucial que cada um faça sua parte na preservação e na denúncia de práticas que possam ameaçar esses espaços. O Parque Estadual do Juquery, com sua diversidade de fauna e flora, precisa ser resguardado para as futuras gerações.
As consequências de incêndios como o que ocorreu neste último fim de semana não afetam apenas a vegetação, mas têm um impacto profundo no equilíbrio ecológico e na vida dos animais que habitam essas áreas. A conscientização e a atividade preventiva são fundamentais para evitar tragédias semelhantes no futuro e garantir a proteção de áreas tão preciosas para a biodiversidade do Brasil.