Conhecida por interpretar grandes personagens na TV, Giselle Tigre está em cartaz até o dia 17 de agosto com a peça Pietà – Um Fractal de Memórias, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, em São Paulo. No espetáculo, ela interpreta Odete, que vive uma relação conturbada com o filho Pedro (Dan Rosseto), em um enredo ambientado na década de 1980, durante uma noite de Natal, onde emoções intensas afloram, abordando temas contemporâneos como saúde mental e depressão, fatores que podem levar ao suicídio.
A importância da saúde mental no projeto
A saúde mental não é um tema estranho para Giselle. A atriz mantém um canal nas redes sociais dedicado à promoção de práticas de meditação, equilíbrio mental e bem-estar. Em entrevista exclusiva ao iG Gente, ela compartilha como essa temática sempre foi uma fonte de pesquisa em sua vida. “Falo muito sobre saúde mental e como a prática de olhar pra dentro me ajudou a ser mais serena e a encontrar paz”, destaca Giselle.
Com um papel tão significativo, a preparação para viver uma personagem que lida com questões tão delicadas apresenta desafios. Ao ser questionada sobre como foi mergulhar nesse universo, Giselle reflete: “Essa temática sempre foi fonte de pesquisa para mim. Tenho um canal no Instagram onde promovo práticas de meditação gratuitas há 2 anos @pazeandocomgiselletigre”. Essa experiência pessoal permite que a atriz traga uma perspectiva autêntica para sua interpretação.
Desafios emocionais e a relação com a família
Durante a construção da personagem, a atriz revela que, embora sua experiência familiar com a mãe tenha sido positiva, a interpretação de Odete tocou sua sensibilidade. “A situação deles [Odete e Pedro] é muito tocante e isso me sensibilizou muito. A família é a base de tudo: é a nossa fortaleza ou nosso pesadelo”, confessa a artista, revelando um olhar profundo sobre as relações familiares que perpassam seu trabalho.
Mensagens do espetáculo e expectativas do público
Sobre o que espera que o público sinta ao assistir à peça, Giselle destaca a mensagem central que o próprio título sugere: a importância da autocompaixão. “A autocompaixão é uma potência que precisa ser acessada. Não se julgar tão ferozmente. Você é humano e erra”, afirma. Para ela, a mensagem de que cada um pode lidar com suas adversidades de formas diferentes é essencial, ressaltando a busca por ajuda em práticas terapêuticas como um dos caminhos abordados no espetáculo.
Repercussões de papéis históricos na TV
Giselle também marcou um momento histórico na televisão brasileira com o primeiro beijo gay em rede aberta na novela Amor & Revolução (2011). Ela relembra a experiência como impactante e cheia de emoções. “Foi muito impactante perceber que representar uma história de amor de um casal do mesmo sexo causou tanta comoção”, reflete, observando como a receptividade do público mudou desde então.
Novos projetos e direções artísticas
Questionada sobre os próximos passos da sua carreira, Giselle revela que está a todo vapor com shows musicais, destacando seus três projetos em andamento. “Tenho o ‘Baile Mysteriozo’, um show de forró, e o ‘Tributo’ ao compositor cearense Ednardo. Vou gravar um filme em Pernambuco, e me preparando para a segunda temporada da série Não Costumo Me Apaixonar por Telefone”, compartilha.
Além disso, Giselle expressa seu entusiasmo por projetos independentes, mencionando o curta-metragem ESTRELA, onde interpreta uma pessoa em situação de rua, e um musical infantil que deseja remontar. “Fazer TV aberta depende de muita gente e pouco de mim. É um veículo muito concorrido. Mas não espero por convites, faço minha trajetória independente”, afirma com determinação.
Ao concluir a entrevista, Giselle Tigre não apenas reafirma seu compromisso com a arte e a saúde mental, mas também se posiciona como uma voz forte e autêntica na busca por representatividade e transformação social.