Brasil, 12 de agosto de 2025
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Desvendando a lenda de Akakor: mistérios e histórias fascinantes

A história de Akakor, a cidade perdida na Amazônia, continua a fascinar exploradores e curiosos. Descubra os segredos por trás dessa lenda.

A lenda de Akakor, que remonta a cerca de 15 mil anos a.C., se entrelaça com histórias intrigantes, desde a suposta fundação por seres extraterrestres até a presença de nazistas na Amazônia. A narrativa sugere que a cidade perdida abrigava mais de dois mil alemães que, após deixarem a Alemanha na década de 1930, se esconderam em túneis subterrâneos, protegidos por uma tribo secreta. Embora essa história possa parecer fantástica, ela cativou a imaginação de muitos, incluindo um respeitado correspondente alemão, Karl Brugger, que se dedicou a documentar suas descobertas, culminando no livro “Crônica de Akakor”. Infelizmente, Brugger foi assassinado em 1984 e sua morte, assim como a de outros exploradores, permanece envolta em mistério.

A exploração de um mito

O documentarista Rapha Erichsen, em seu livro “O enigma de Akakor: farsas e segredos na Floresta Amazônica”, revela seu fascínio pela cidade perdida. Erichsen ficou conhecendo a lenda através de seu amigo, o cineasta Jorge Bodanzky, que trabalhou com Brugger nos anos 70. Ele revela: “Apesar da fantasia, a trama de Akakor inspira e cativa todos os que se envolvem com ela. Quando você se envolve, nunca mais sai”. Essa busca incansável por Akakor é vista como um projeto de vida para muitos que se lançam na floresta amazônica.

A revelação de Tatunca Nara

Tudo começou quando Karl Brugger se encontrou com um homem chamado Tatunca Nara, um indígena que falava fluentemente alemão. Tatunca alegou ser o herdeiro da civilização de Akakor e que ele era um dos poucos que sabiam como chegar até lá. Ele afirmava que a cidade mítica, localizada entre o Brasil, Peru e Bolívia, possuía duas cidades irmãs: Akahim e Akanis, todas conectadas por túneis subterrâneos. O enigma de Akakor fascinou Brugger, que viu na história uma grande reportagem e organizou uma expedição à Amazônia.

O cinegrafista Jorge Bodanzky acompanhou Brugger nessa jornada, mas a primeira expedição foi um fracasso. Tatunca prometeu retornar com as permissões necessárias, mas nunca voltou. Mesmo assim, Brugger permaneceu obcecado em encontrar a cidade, incentivado pela crença de que, assim como Machu Picchu, Akakor poderia muito bem existir, mesmo que oculto pela densa floresta.

Os desastres e desaparecimentos

A história de Akakor não é apenas uma busca por uma cidade perdida; está entrelaçada a tragédias e mistérios. Em setembro de 1971, um grave acidente aéreo em Sena Madureira vitimou 33 pessoas, incluindo um bispo que teria recebido documentos sobre a civilização perdida. Além disso, uma série de estrangeiros que se embrenharam na selva em busca de Akakor simplesmente desapareceu. O americano John Reed e o suíço Herbert Wanner são apenas dois dos nomes que se somaram a essa triste lista.

O destino de Karl Brugger também é envolto em mistério. Ele foi assassinado no Rio de Janeiro em 1984, pouco antes de se mudar para a Amazônia em busca de Akakor. Outro curioso é o caso de Christine Heuser, que, após ler sobre Akakor, decidiu viajar e viveu na Amazônia, mas desapareceu após uma briga com Tatunca Nara.

Os laços entre ficção e realidade

A situação em torno de Tatunca Nara se torna ainda mais sombria quando se descobre que ele não era indígena, mas sim um ex-alemão que abandonou sua família e assumiu uma nova identidade na floresta. Ele foi investigado por envolvimento em homicídios, mas nada foi comprovado. A fama de Tatunca como um suposto guardião de Akakor parecia ter mais relação com a construção de um mito do que com qualquer verdade histórica.

Reflexões finais

Atualmente, a história de Akakor continua a seduzir aventureiros e exploradores. Documentários e reportagens, como uma produção da emissora pública alemã ARD, mantém a lenda viva. No entanto, muitos especialistas, como o arqueólogo Filippo Stampanoni Bassi, afirmam que não há evidências que sustentem a existência de Akakor e suas estruturas subterrâneas. A ausência de comprovações científicas e a falta de registros nas culturas indígenas da Amazônia sugerem que a lenda é, em sua essência, uma construção da imaginação popular.

Enquanto isso, Tatunca Nara, agora vivendo em Barcelos, continua a oferecer tour guiados em busca da célebre cidade perdida, perpetuando a mística que envolve essa lenda. Em um mundo onde a verdade muitas vezes se mistura com a fantasia, Akakor permanece como um símbolo das fascinações e mistérios que a Amazônia ainda guarda.

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