Brasil, 10 de agosto de 2025
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Desempenho econômico diverge entre Brasil e EUA, enquanto desemprego e inflação se comportam de forma oposta

Indicadores socioeconômicos do Brasil e EUA caminham em direções opostas, refletindo tensões diplomáticas e realidades econômicas distintas

Enquanto as relações diplomáticas entre Estados Unidos e Brasil estão mais tensas, os indicadores socioeconômicos dos dois países mostram trajetórias opostas. No Brasil, a taxa de desemprego atingiu o menor patamar desde 2012, abaixo de 6%, enquanto nos EUA, a geração de empregos desacelera, elevando o desemprego e gerando questionamentos sobre os dados oficiais.

Mercado de trabalho contrasta cenários no Brasil e EUA

De acordo com dados recentes, o Brasil mantém uma taxa de desemprego de 5,5%, com criação de cerca de 600 mil novas vagas no segundo trimestre, signo de uma recuperação ativa. Por outro lado, nos EUA, a geração de empregos sofreu forte revés: a criação de 14 mil vagas em junho foi revista para apenas 14 mil, no menor ritmo desde o início da recuperação pós-pandemia. Além disso, pedidos de seguro-desemprego atingem o maior nível desde o final de 2021, apontando para uma desaceleração significativa do mercado de trabalho norte-americano.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, alerta: “Há uma desaceleração nos EUA, com aumento da taxa de desemprego que deve continuar no segundo semestre. Isso implica uma perda na qualidade da economia americana, com menos investimentos em inovação e educação.”

Indícios de manipulação de dados e crise estrutural

Nos EUA, o governo de Donald Trump enfrentou acusações de manipulação de dados de emprego e renda apresentados pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho, após a saída de Erika McEntarfer, chefe da pasta, sob alegações de irregularidades. Os questionamentos levantam dúvidas sobre a confiabilidade das estatísticas norte-americanas, enquanto o país enfrenta uma desaceleração econômica com fragilidade estrutural, segundo especialistas.

Indicadores econômicos e inflação

Enquanto a inflação no Brasil permanece em torno de 5,5%, acima do teto meta de 4,5%, nos EUA, a inflação se estabiliza próxima de 3%, mas com potencial de alta devido ao aumento do Imposto de Importação, que passou de cerca de 2,3% em 2024 para 17%. Guilherme Klein, professor na Universidade de Leeds, explica: “A alta nos preços é reflexo do impacto das tarifas e da escassez de mão de obra. A pressão inflacionária deve se manter.”

Impactos fiscais e monetários em linha oposta

Nos EUA, a dívida pública alcança níveis comparáveis aos da Segunda Guerra Mundial, com um déficit previsto de US$ 4,7 trilhões em dez anos, impulsionado por pacotes de corte de gastos sociais e redução de impostos promovidos por Trump. A percepção de risco, aliada ao afrouxamento do dólar frente a moedas como o euro e o franco suíço, sinaliza deterioração fiscal, segundo Rodolfo Margato, economista da XP.

Já no Brasil, a situação fiscal também é delicada, com a dívida pública prevista para subir de 77,6% do PIB em 2024 para 82,4% em 2026, conforme a Instituição Fiscal Independente. No entanto, a economia brasileira se mostra mais resiliente, com crescimento setorial e menor impacto da política tarifária, que elevou os preços internos de bens como carnes e frutas, especialmente devido à valorização do real frente ao dólar.

Perspectivas e desafios futuros

Apesar das diferenças atuais, ambos países enfrentam desafios fiscais, de produtividade e desigualdade. Nos EUA, a baixa geração de empregos e o aumento do desemprego indicam uma desaceleração que pode se prolongar, enquanto o Brasil consolida uma recuperação mais robusta, porém com riscos fiscais e inflacionários ainda presentes. Segundo especialistas, o cenário exige atenção às políticas econômicas de ambos os lados, com impacto direto na relação bilateral.

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