Brasil, 12 de agosto de 2025
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Arlindo Cruz é homenageado em velório emocionante e enterrado no Rio

Despedida ao sambista Arlindo Cruz ocorre no Cemitério Jardim da Saudade após cerimônia musical e cheia de significado.

O corpo de Arlindo Cruz, um dos ícones do samba brasileiro, foi sepultado na tarde deste domingo (10) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A cerimônia foi marcada por um clima de celebração e emoção, com a presença de familiares e amigos íntimos que se despediram do artista em um momento onde a música e as tradições afro-brasileiras se destacaram.

Uma despedida musical no Império Serrano

O velório aconteceu na quadra da escola de samba Império Serrano, em Madureira, e atraiu centenas de admiradores que quiseram prestar suas últimas homenagens ao sambista. A cerimônia teve início na noite de sábado (9), continuou pela madrugada e se encerrou às 10h de domingo, com a presença marcante de Arlindinho, filho de Arlindo, que emocionou a todos ao tocar cavaquinho e cantar algumas das músicas mais queridas do pai, como “O Show Tem Que Continuar”.

“Meu pai, até na hora de partir, foi ensinamento, de sempre lutar pela vida e estar perto de quem ama”, declarou Arlindinho, ressaltando o efeito positivo e inspirador que seu pai sempre exerceu. “Ele extraía o melhor até da pior situação”, completou, refletindo sobre a vida e a obra de Arlindo Cruz.

Um ritual de celebração da vida

O ritual de despedida, conhecido como gurufim, seguiu as tradições das religiões de matriz africana, combinando música e dança em uma celebração que homenageou a vida do artista. A família pediu que todos os presentes vestissem roupas claras, simbolizando a alegria e a energia que Arlindo sempre trouxe consigo.

Babi Cruz, viúva de Arlindo, emocionou-se ao se aproximar do caixão, recebendo o apoio da filha, Flora. O velório tinha um ar festivo, refletindo a personalidade vibrante do ícone do samba, que encantou milhares com seu talento e carisma. “Acho que hoje tinha que ser um dia de festa para ele, porque o samba estava sentindo falta dele”, disse Juninho Thybau, amigo do artista.

A perda de um grande artista

Arlindo Cruz faleceu na sexta-feira (8), aos 66 anos, após enfrentar complicações severas de saúde, incluindo falência múltipla dos órgãos, consequência de um acidente vascular cerebral hemorrágico que sofreu em março de 2017. Desde então, ele lidou com as sequelas da doença, o que o afastou dos palcos e da interação mais direta com seu público.

Durante o velório, amigos e admiradores se uniram para prestar homenagens, com coroas de flores de diversas entidades, incluindo uma da Beija-Flor de Nilópolis e até uma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Legado e gratidão

Arlindo Cruz é lembrado não apenas por suas composições e performances, mas também por sua conexão especial com a comunidade e o amor pelo samba. O cantor Zeca Pagodinho, que considera Arlindo um amigo querido, também fez questão de participar do velório, lembrando com carinho do legado deixado pelo sambista: “Ele é padrinho do meu filho. É muito tempo juntos e muita vida”, declarou, visivelmente emocionado.

O artista deixou uma marca indelével na música brasileira e seu legado permanece através da obra e dos ensinamentos que transmitiu a seus filhos e fãs. A união durante o velório e as declarações sobre sua vida demonstram que Arlindo Cruz vive na memória e no coração de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e de ouvir sua música.

O Rio de Janeiro, com seus ritmos e tradições, certamente sentirá a ausência de um de seus maiores representantes, mas seu espírito e suas composições continuarão a ecoar nas canções que fazem parte da cultura carioca e da identidade carnavalesca do Brasil.

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