Brasil, 12 de agosto de 2025
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A ameaçadora ascensão do autoritarismo sob Trump

A era Trump expõe a fragilidade da democracia e os riscos do autoritarismo nos EUA.

O fenômeno Trump é mais do que uma simples figura política; ele representa uma virada perigosa na cultura política dos Estados Unidos. Após mais de uma década de descontentamento, as observações de Mark Helprin, um crítico conservador, ilustram bem essa realidade. Ele descreve Trump como um “javali selvagem” que avança sem pudor pela estrutura da democracia americana, devastando tudo em seu caminho.

O impacto da personalidade de Trump na democracia

Essa imagem evoca a intersecção entre o conservadorismo e a autocracia. Tradicionalmente, o conservadorismo busca preservar as instituições democráticas e os valores históricos. No entanto, com o advento de Trump, houve uma inversão paradigmática: aqueles que antes defendiam a Constituição agora a veem ameaçada pelas ações de um homem que exala um desejo insaciável de poder.

Trump não se mostra interessado em destruir a democracia intencionalmente; sua natureza é tal que não consegue coexistir em um sistema onde não controla tudo. Seu comportamento tem sido uma demonstração clara de que a força do autoritarismo pode se impor sobre os valores democráticos, algo que se tornou evidente nos últimos anos.

Uma era de emergências fictícias

Desde que assumiu a presidência, Trump declarou estado de emergência em mais de 30 ocasiões. Essa manobra não é nova na política americana, mas ele elevou a tática a níveis alarmantes, utilizando a emergência como justificativa para a concentração de poder. Após um período de polarização política intenso e a abdicação gradual das autoridades legislativas, observamos agora uma reversão do governo democrático, onde o poder executivo se torna um verdadeiro monarca.

O valor das tarifas, a altercação da relação com outros países e a manipulação do sistema judiciário são exemplos evidentes do abuso dessa emergência. A escalada das tarifas sobre o Brasil e a Índia, sem justificar suas razões para tal, apenas reforça a ideia de que Trump age como um tirano que utiliza o comando unilateral para satisfazer suas frustrações pessoais.

A deslegitimização da legislação

Outro aspecto preocupante sobre a administração Trump é sua tentativa de deslegitimar todo o sistema judiciário. Cada decisão contrária à sua vontade é classificada como corrupta e política. Isso minou a confiança no sistema legal, promovendo uma narrativa que desvaloriza a justiça e, em casos mais sérios, utiliza o Departamento de Justiça contra aqueles que se opõem a ele.

O impacto desse comportamento não se limita apenas à política interna. Com uma linha tênue entre os poderes, ele ataca os críticos e concede clemência a aliados, transformando a justiça em um jogo de poder. O alguém que poderia ser considerado um símbolo da justiça se tornou uma ferramenta de controle.

Um futuro incerto para a democracia

Uma pergunta que surge é: o que acontece quando a Suprema Corte se depara com abusos de poder tão evidentes? Embora a Corte tenha se mostrado conivente em várias ocasiões, as ações extremas e arbitrárias de Trump podem, de fato, forçá-la a agir. Contudo, o caminho da legalidade e da justiça parece complicado diante das circunstâncias atuais.

À medida que o clima político se intensifica, a vulnerabilidade da democracia americana se torna mais evidente. Muitas pessoas começam a questionar a integridade do sistema. O medo do autoritarismo e o desejo de um líder forte parecem estar ganhando terreno, não apenas entre os simpatizantes de Trump, mas entre uma parte significativa da população.

A sociedade em um estado de vigilância

O que era para ser uma nação de leis agora caminha para um estado de vigilância onde indivíduos com poder podem agir sem responsabilidade. A ameaça de um regime que desmantela instituições e promove a instabilidade é palpável. É uma era em que a proteção dos direitos civis se torna secundária diante das manobras de um governo centralizado e autoritário.

O apelo emotivo do autoritarismo pode ser atraente, mas as consequências são profundas e duradouras. É preciso lembrar que a história já alertou sobre os perigos de um governo que prioriza o poder em detrimento da liberdade. A América enfrenta um dilema crítico: permitir que a democracia se esvazie ou lutar por sua restauração antes que seja tarde demais.

A luta pela democracia e a proteção dos direitos humanos deve continuar, pois a história nos ensina que a liberdade nunca é garantida, mas requer vigilância constante e resistência ao autoritarismo que se esgueira nas sombras.

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