Brasil, 10 de agosto de 2025
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Tarifas de Trump sobre o Brasil são vistas como “latido, não mordida”, avalia The Economist

Após isenções, impacto das tarifas dos EUA no Brasil será menor, mas setores mais afectados ainda enfrentam desafios econômicos

Com uma economia relativamente fechada, a tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros provavelmente terá efeito limitado, avalia a revista britânica The Economist. A recente isenção de 700 itens anunciada pelo governo americano reforça a percepção de que as tarifas representam mais um “latido” do que uma “mordida”.

Impacto das tarifas e as isenções

A revista lembra que o Brasil, com uma economia relativamente fechada, exportou menos de 20% do PIB no ano passado, enquanto países como México, Vietnã e Tailândia têm uma dependência maior das exportações – respectivamente, um terço e até 70% do PIB. Segundo a China, as relações comerciais do Brasil estão crescendo, mesmo diante das tarifas americanas.

Com as isenções, a EUA deverão poupar quase metade das exportações brasileiras para o país, estima a empresa de pesquisa TS Lombard. Além disso, o Itaú Unibanco projeta que a alíquota efetiva ficará em cerca de 30%, enquanto o Goldman Sachs mantém sua previsão de crescimento do PIB de 2,3% para este ano, considerando as isenções.

Setores mais impactados

Setores como café, carne e frutas, que ficaram de fora das isenções, sentirão de forma mais intensa os efeitos do aumento tarifário. Já há queda nas exportações desses produtos, devido à incerteza dos clientes quanto a novos pedidos, aponta a reportagem.

Resiliência e diversificação dos mercados

Por outro lado, a relação comercial do Brasil com a China continua forte, e mesmo os setores mais afetados podem mostrar resiliência. A União Europeia permanece como principal destino de café brasileiro, enquanto vendas para o Leste Asiático, Oriente Médio e Norte da África aumentaram significativamente no ano passado. O país já importa a maior parte da carne bovina brasileira e aprovou importações de 183 novas empresas de café em 2 de agosto.

Perspectivas e ajuda do governo

Além das isenções, a revista destaca que o pacote de auxílio do governo brasileiro às empresas exportadoras deve oferecer maior alivio. Há também esperança de que as tarifas possam ser revogadas ou reduzidas, especialmente com a alta dos preços nos Estados Unidos, que pode pressionar a Casa Branca a reavaliar sua postura, avalia The Economist.

Indignação política e defesa da soberania brasileira

A revista relata que Trump “está indignado” com o fato do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro estar sendo julgado por suposto planejamento de golpe. As tarifas consideradas exageradas, segundo a revista, teriam motivação mais política do que econômica, pois os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil.

O governo brasileiro evitou retaliações e as palavras do presidente Lula defendendo a soberania do país ajudaram a melhorar sua popularidade. Lula desafiou Trump e afirmou que o Brasil não será “tutelado” por potências estrangeiras nem se humilhará diante de um “imperador” indesejado, reforçou a publicação.

Fonte: O Globo

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