Brasil, 9 de agosto de 2025
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Tarifaço: Trump ameaça países que fazem negócios com a Rússia

O presidente americano anunciou tarifas de até 100% para países que continuam comprando petróleo russo, incluindo Índia e Brasil.

O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, anunciou nesta semana novas tarifas de importação secundárias que podem atingir todos os países que mantêm negociações com a Rússia, caso não haja um cessar-fogo na Ucrânia até sexta-feira, 8 de agosto. A medida visa pressionar nações como Índia, Brasil e China a interromperem seus negócios com Moscou, principalmente na exportação de petróleo e gás.

Expansão das tarifas secundárias sobre países que compram petróleo russo

No dia 6, a Índia foi o primeiro país a ser punido, com uma tarifa adicional de 25% sobre as compras de petróleo russo. Com essa penalidade, a tarifa total de importação para produtos indianos relacionados à Rússia pode chegar a 50%, equivalente à já imposta ao Brasil. Caso as sanções entrem em vigor em 21 dias, as empresas americanas que importarem dessas nações poderão sofrer tarifas de até 100%, dificultando negócios e elevando os custos de produtos importados.

“Usei o comércio para muitas coisas, mas ele é ótimo para resolver guerras”, declarou Trump em julho, justificando a estratégia de aplicar tarifas para coibir o apoio ao regime de Vladimir Putin na Ucrânia.

Impactos econômicos e possíveis consequências

Preços globais de energia ameaçados

A Rússia é o terceiro maior produtor mundial de petróleo, atrás apenas de Arábia Saudita e Estados Unidos, e sua economia depende em grande parte da receita das exportações de petróleo e gás natural. Com a implementação das tarifas secundárias, o fluxo de combustíveis russos ao mercado global pode ser interrompido, levando à alta dos preços de energia internacionalmente. Segundo o analista Kieran Tompkins, da Capital Economics, o principal impacto deve ser o aumento nos custos de energia, semelhante ao que aconteceu após a invasão da Ucrânia em 2022.

Por outro lado, a capacidade ociosa da Opep+ pode ajudar a equilibrar a oferta e evitar que os preços subam ainda mais, como explica Tompkins. Além disso, Moscou criou sistemas de violação às sanções, como a chamada “frota-sombra”, composta por petroleiros de propriedade incerta, que poderia dificultar a rastreabilidade da origem do petróleo exportado.

Resiliência econômica russa e riscos de recessão

Apesar de mostrar resistência, a economia russa enfrenta sinais de desaquecimento. Segundo o ministro da Economia russo, Maxim Reshetnikov, o país está “à beira” de uma recessão, após um período de crescimento de 4,3% em 2022, e o FMI estima crescimento de apenas 0,9% para 2025. As sanções secundárias podem diminuir ainda mais as exportações russas, reduzindo sua receita e aumentando as chances de uma crise econômica.

Reações internacionais e impacto nas negociações comerciais

A Índia criticou as sanções americanas, alegando que são injustificadas e irracionais. Desde a invasão da Ucrânia, o país se tornou o segundo maior importador de petróleo russo, alimentando a máquina de guerra de Moscou, segundo Trump. Com a ameaça de tarifas adicionais de 25%, o presidente estadunidense pretende dissuadir a Índia de manter sua postura comercial com a Rússia.

Outro alvo de Trump é a China, maior importadora de petróleo russo e principal parceiro comercial com a Rússia. A imposição de tarifas secundárias sobre produtos chineses poderia prejudicar ainda mais a economia de Pequim e complicar suas negociações bilaterais com Washington, que já enfrentam dificuldades há anos.

Repercussões no comércio europeu

Os países da União Europeia continuam importando combustíveis russos, apesar do intenso esforço de Bruxelles para diversificar suas fontes e reduzir a dependência. A imposição de tarifas de até 100% sobre produtos russos poderá reduzir as exportações europeias para os EUA, agravando a crise econômica regional, pois muitos bens, como máquinas e medicamentos, têm poucas alternativas no mercado mundial.

Perspectivas para a economia russa e o conflito na Ucrânia

Embora a economia da Rússia demonstre alguma resiliência, ela está sob forte pressão. A forte despesa de Moscou com defesa, que atingiu recordes, e as dificuldades em vender petróleo e gás devido às sanções, indicam uma possível recessão futura. A estratégia de Trump busca enfraquecer financeiramente Moscou para pressionar pelo fim do conflito na Ucrânia e apoiar a resistênciaUcrânia, que consome uma parcela expressiva do PIB do país.

As sanções secundárias representam, assim, um avanço na tentativa estadunidense de isolar economicamente a Rússia, mas também apresentam riscos de escalada geopolítica e impactos econômicos globais, especialmente no mercado de energia.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no G1.

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