No último sábado (9), o DJ Alok usou suas redes sociais para se pronunciar sobre a suspensão dos shows programados para os festejos de Cocal, no Norte do Piauí, entre os dias 11 e 14 de agosto. A decisão foi tomada pela Justiça local em decorrência da declaração de estado de emergência e calamidade financeira do município, que remonta a janeiro deste ano. Alok, que estava escalado para se apresentar juntamente com outros artistas, como Natanzinho Lima e Hungria Hip Hop, afirmou que não tinha conhecimento da situação crítica da cidade antes de aceitar o convite para o evento.
Justificativa da decisão judicial
A suspensão foi decidida pelo juiz Anderson Brito da Mata, da Vara Única de Cocal, em resposta a um pedido do Ministério Público do Piauí (MPPI). O MPPI argumentou que os shows poderiam representar gastos superiores a R$ 3 milhões, o que seria insustentável para um município que já atravessa dificuldades financeiras. O prefeito de Cocal, Cristiano Britto, comentou que tentou contestar a decisão judicial, alegando que parte do investimento nos artistas vem de emendas e que uma parte é financiada com recursos estaduais.
O posicionamento de Alok sobre a situação
Em sua declaração, Alok frisou que, após ser informado da suspensão através da mídia, concordou com a decisão do judiciário, destacando seu desconhecimento das condições financeiras do município. Em suas palavras, Alok expressou preocupação e pediu à sua equipe um cuidado maior na análise e seleção de locais para futuras apresentações. “Já solicitei que haja uma atenção especial em relação a isso daqui em diante”, escreveu o DJ em sua publicação na rede X.
Impacto da decisão na Prefeitura de Cocal
Com a decisão judicial, a Prefeitura de Cocal está agora obrigada a suspender os pagamentos dos contratos com os artistas já contratados. A não conformidade com a ordem pode resultar em uma multa diária de R$ 3 milhões para o prefeito. Além disso, a gestão municipal enfrenta a proibição de firmar novos contratos com qualquer artista para os eventos programados, sob a mesma penalidade. O prefeito Britto informou que está esperando uma resposta sobre o recurso interposto, com expectativa para o domingo (10).
Gravidade da situação financeira do município
O cenário financeiro de Cocal é alarmante. De acordo com um diagnóstico elaborado pela Secretaria Municipal de Finanças, mais de 86% da receita mensal é destinada ao pagamento de despesas fixas, o que impede que os recursos sejam aplicados em outras áreas, como a realização de festas. Em março de 2025, foi apresentado um panorama preocupante; contudo, em agosto do mesmo ano, o secretário de Finanças deu declarações afirmando que os serviços essenciais não seriam comprometidos durante os festejos.
Essa contradição levantou questionamentos sobre a real condição financeira do município. O juiz, ao decidir suspender os shows, fez questão de enfatizar que a recuperação financeira parecia improvável num curto período de cinco meses, sugerindo uma revisão mais profunda na gestão dos recursos públicos.
Expectativas para o futuro de Cocal
A decisão da Justiça de suspender os shows em Cocal é um alerta sobre a necessidade de responsabilidade fiscal e gestão eficiente dos recursos públicos. A realidade econômica do município deve ser uma prioridade nas decisões administrativas, especialmente quando se trata de eventos que exigem investimentos significativos.
O desdobramento desta situação poderá trazer repercussões significativas tanto para a gestão da cidade quanto para os artistas envolvidos, que, assim como Alok, podem necessitar de um planejamento mais cuidadoso em futuras apresentações. É fundamental que as autoridades considerem a saúde financeira do município ao planejar eventos que possam impactar diretamente a população.
Com o futuro da festividade em suspenso e a atenção voltada para a resolução dos problemas financeiros, a comunidade de Cocal aguarda por um desfecho que leve em conta não apenas os interesses de atrações artísticas, mas também o bem-estar de seus habitantes.


