Brasil, 10 de agosto de 2025
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Plano de Israel para Gaza gera críticas e incertezas

O plano de Israel para retomar Gaza e entregar controle a forças árabes enfrenta forte oposição interna e externa.

O recente plano do governo israelense para retomar Gaza e transferir o controle da região a “forças árabes” tem gerado intensas críticas tanto de agências governamentais ocidentais quanto de especialistas israelenses. Antes da decisão, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu gabinete de segurança votaram, na última sexta-feira, a favor de um projeto que visa capturar Gaza e fornecer ajuda aos civis fora das zonas de combate.

Detalhes do plano e sua viabilidade

O plano, delineado em cinco pontos, é descrito como uma proposta para concluir a guerra em Gaza. Inclui a desarmamento do Hamas, o retorno de todos os reféns e a desmilitarização da faixa de Gaza, que ficaria sob controle de segurança de Israel. Além disso, sugere a criação de um governo em Gaza que não envolva nem o Hamas, que controla a região desde 2007, nem a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente.

Entretanto, a implementação desse plano parece impraticável, já que depende da colaboração de estados árabes que, segundo especialistas, já deixaram claro que não aceitarão tal acordo. O general aposentado israelense, Giora Eiland, expressou sérias dúvidas sobre o real potencial de cooperação com esses países, destacando a ausência de fundamentos sólidos nas afirmações de Netanyahu sobre a entrega do controle de Gaza a nações árabes.

Reação de países árabes e análise interna

Países como Egito e Jordânia deixaram evidente que a condição para qualquer participação deles seria o fortalecimento da Autoridade Palestina como um ator principal na governança futura de Gaza. O analista Nimrod Goren, presidente do Mitvim Institute, afirmou que as esperanças de Netanyahu de que “clãs palestinos” assumissem o controle não se concretizaram.

Em meio a essa situação, Goren alertou que o plano aprovado pode ser prejudicial tanto para a segurança nacional de Israel quanto para sua política externa, evidenciando uma percepção comum de que Netanyahu estaria agindo por interesses pessoais, em vez de pela segurança nacional ou pela preocupação com os reféns israelenses.

Críticas internacionais

A proposta de Israel também provocou uma forte reação internacional. Organismos como a Organização das Nações Unidas e governos ocidentais alertaram que a implementação do plano poderia resultar em uma catástrofe ainda maior para os palestinos de Gaza, onde mais de 61.000 pessoas já perderam a vida desde o início da guerra.

Desde o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou em cerca de 1.200 mortes em Israel e em 250 reféns, vastas partes da população de Gaza têm sido deslocadas. A escassez de ajuda nos últimos meses tem contribuído para uma grave crise alimentar na região, conforme relatado por ONGs.

Cenário local e preocupações com os reféns

A preocupação com o fate dos reféns é palpável dentro de Israel. As famílias dos sequestrados e até mesmo o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir, expressaram receios de que o plano de Netanyahu possa resultar na morte dos homens e mulheres mantidos em cativeiro.

Imagens aéreas recentes mostraram a devastação em Gaza, enquanto o plano de distribuição de ajuda foi criticado por causar mais caos e fome. Eiland, o general aposentado mencionado anteriormente, embora apoie a guerra, alertou que a abordagem proposta por Netanyahu pode levar a um elevado número de fatalidades entre os soldados israelenses e entre os reféns.

Por fim, ele argumentou que, mesmo que Israel implementasse seu plano com sucesso, não alteraria a postura do Hamas, possivelmente dando ainda mais justificativa ao grupo para continuar sua luta armada contra Israel.

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