Após mais de uma década de desafios, as igrejas cristãs no Iraque comemoraram em agosto de 2025 a primeira comunhão de centenas de crianças, demonstrando a resiliência da fé apesar das tensões regionais e perseguições. As celebrações ocorreram em diversas dioceses do norte e centro do país, com destaque para o crescimento espiritual e a esperança de um futuro melhor.
Resiliência da Igreja no Iraque após 11 anos
Desde a tomada de Mosul pelo ISIS em 2014, que resultou na fuga de milhares de cristãos, o país enfrenta desafios constantes de conflitos regionais e de segurança. Mesmo assim, nas últimas semanas, mais de 450 crianças receberam a primeira comunhão em várias igrejas, incluindo a Catedral de Qaraqosh, onde a Igreja Católica Síria celebrou a dedicação dos mais jovens à fé.
Em Bagdá, as paróquias caldeias e sírias celebraram este sacramento, com 50 crianças na Igreja da Igreja do Nosso Senhor de Libertação e outras 32 na paróquia católica síria. O destaque foi para 11 crianças na igreja que testemunhou um massacre em 2010, palco de perda e coragem dos fiéis.
Guardando o depósito da fé na terra ancestral
Em Qaraqosh, Igreja Católica Síria e outras comunidades preservam sua fé e cultura, apesar das dificuldades. O arcebispo Benedictos Younan Hanno, que presidiu as celebrações, elogiou o compromisso dos fiéis em permanecer e fortalecer suas raízes espirituais. “Eles demonstram uma determinação que conquista o coração de toda a Igreja,” destacou.
Nos territórios do norte, cidades como Ankawa e Kirkuk testemunharam celebrações emocionantes, com centenas de crianças participando de missas especiais e recebendo o sacramento, reforçando a esperança de continuidade e resiliência da comunidade cristã na região.
Um símbolo de esperança e renovação
Em Ankawa, o arcebispo Bashar Matti Warda salientou que a primeira comunhão vai além das cerimônias; representa um compromisso de uma vida dedicada ao amor e à misericórdia, e a possibilidade de transformar as próprias casas em pontos de referência de Jesus através do perdão e da solidariedade.

Apesar de uma diminuição no número de cristãos no país, que agora conta com menos de 350 mil fiéis de diversas denominações, eles permanecem firmes na terra ancestral. Famílias enfrentam condições adversas, mas continuam a prática de sua fé, esperando que o futuro traga paz e estabilidade.
Esperança em meio às dificuldades
Enquanto algumas comunidades, como a de Basra, adiavam suas celebrações de primeira comunhão, aguardando condições mais favoráveis, outras, como Karemlesh e Kirkuk, preparavam-se para acolher seus jovens fiéis nos próximos dias. Nos distritos de Duhok e Alqosh, grupos de crianças aguardam o sacramento, simbolizando a esperança de renovação da fé cristã na região.
Nas igrejas de Ankawa, além das missas de primeira comunhão, muitos jovens continuam a fortalecer sua relação com Deus, numa época marcada por desafios políticos e sociais, mas também por uma fé que resiste e inspira possibilidades de reconstrução.
Transformando a história e fortalecendo tradições
As celebrações realizadas nas igrejas do norte do Iraque reafirmam a perseverança dos cristãos locais, que, mesmo diante de dificuldades extremas, mantêm viva a esperança de reconstruir suas comunidades e preservar suas tradições religiosas. A participação de crianças em cerimônias emblemáticas como a primeira comunhão é um sinal de fé renovada e do compromisso de manter viva a esperança de dias melhores.
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