A recente novela administrativa que envolve a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo e seu proprietário, John Textor, tem gerado confusão e desinformação até mesmo entre os mais atentos. Com diversas empresas e um complexo emaranhado de contratos, fica cada vez mais desafiador para o torcedor e o público entender as implicações desse quadro. Neste artigo, iremos desvendar essa trama, abordando os eventos que levaram a essa confusão, as finanças envolvidas e o que está em jogo para o futuro do clube.
A chegada de John Textor ao Botafogo
John Textor, um investidor americano, adquiriu a SAF do Botafogo em 2022, numa negociação que prometia revolucionar o clube carioca. A ideia era que o Botafogo e o Lyon, clube francês que Textor também comprou, formassem uma parceria vantajosa, compartilhando talentos e recursos. No entanto, o que parecia ser uma estratégia promissora logo se transformou em um verdadeiro quebra-cabeça financeiro.
A intervenção da DNCG e suas consequências
A situação se complicou com a intervenção da Direction Nationale du Contrôle de Gestion (DNCG), a autoridade que fiscaliza as finanças dos clubes franceses. A DNCG impediu o Lyon de fazer novas contratações, citando irregularidades financeiras. Para contornar a situação, a SAF do Botafogo começou a enviar recursos ao Lyon, acumulando uma dívida exorbitante que já ultrapassa R$ 523 milhões somente em 2025, além de mais de R$ 300 milhões de anos anteriores.
O papel do Botafogo na crise do Lyon
O Botafogo acabou se tornando um tipo de “primo rico”, o que gerou uma série de críticas e questionamentos da torcida. A assistência financeira ao Lyon incluiu até a venda de jogadores do Botafogo em condições desfavoráveis. Isso sem contar os empréstimos e as movimentações financeiras complicadas que, de acordo com a própria SAF, ainda não foram sequer devolvidas pelo clube francês.
Conflito de interesses e a busca pela autonomia
Enquanto isso, a relação entre Textor e seus sócios na Eagle Football começou a azedar. Alegações surgiram de que Textor estava tomando decisões sem consultar os demais investidores. Para corrigir esse problema, decidiu-se contratar um diretor independente, Christopher Mallon, o qual deveria supervisionar todas as ações da Eagle. Isso levou Textor a perder parte de sua autonomia na gestão dos negócios da empresa.
A tentativa de Textor de retomar o controle
No entanto, em julho de 2025, Textor realizou uma reunião onde ele tomou decisões financeiras controversas, como aprovar um aumento de capital sem o consentimento dos demais sócios. Essa ação acabou gerando descontentamento e um processo, onde Textor foi acusado de, essencialmente, tentar autorizar transações financeiras entre empresas de propriedade dele mesmo, numa jogada que leva à confusão em torno de sua responsabilidade e da legitimidade de suas ações.
A resposta da Justiça e o futuro da SAF
A situação agora está nas mãos da Justiça. Um juiz decidiu congelar as operações relacionadas à SAF do Botafogo, impedindo ações que poderiam complicar ainda mais o caso. No momento, Textor continua no comando, mas suas decisões precisam de supervisão adicional, o que limita sua anterior liberdade de ação.
Enquanto isso, o torcedor do Botafogo observa com preocupação o desenrolar desta situação, que envolve um amálgama de questões financeiras e administrativas. A confusão em torno da Eagle Football e do Lyon levanta questionamentos sobre a sustentabilidade do projeto e o verdadeiro estado das finanças dos clubes envolvidos.
O que nos resta saber
É inegável que o imbróglio envolvendo a SAF do Botafogo e John Textor ainda está longe de ser resolvido. A cada dia surgem novos desdobramentos, levantando dúvidas não apenas sobre a gestão da SAF, mas também sobre o futuro do Botafogo em competições e suas finanças. Resta ao torcedor aguardar os próximos capítulos dessa história e, principalmente, torcer pela recuperação do clube nesta encruzilhada.