O Botafogo divulgou nesta sexta-feira (08) o balanço financeiro de 2024, uma temporada histórica marcada pelas conquistas da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro. Apesar do faturamento recorde de R$ 720 milhões, o clube encerrou o exercício com um prejuízo de R$ 299,8 milhões e enfrentou um capital de giro negativo, mesmo após ter reduzido sua dívida histórica em R$ 474 milhões.
A importância das conquistas esportivas para as receitas
O desempenho esportivo do Botafogo, com os títulos conquistados, teve um impacto significativo nas receitas do clube. As premiações, por exemplo, cresceram impressionantes 323%, alcançando R$ 258 milhões, o que representa 36% do faturamento total. Esse aumento é uma prova da valorização do clube, tanto em nível nacional quanto internacional.

Textor e a taça da Libertadores
Além do sucesso em campo, as receitas do programa de sócio-torcedor, que atingiu mais de 81 mil associados, também dispararam, arrecadando R$ 48,6 milhões, um crescimento de 59% comparado a 2023. O marketing e os patrocínios, por sua vez, saltaram de R$ 16,5 milhões para R$ 56 milhões, refletindo uma valorização ainda maior da marca Botafogo.
Investimentos em jogadores e saúde financeira do clube
Com um olhar voltado para o futuro, o clube também fez investimentos significativos em seu elenco. O aporte líquido no time profissional foi de R$ 440 milhões, englobando contratações de destaques como Luiz Henrique, Thiago Almada e Savarino. John Textor, proprietário do Botafogo, afirmou que isso aumentou o valor de mercado do elenco, hoje estimado em R$ 950 milhões.
Entretanto, a saúde financeira do Botafogo ainda apresenta desafios. Apesar do saldo de caixa ter fechado 2024 em R$ 129 milhões, o capital circulante líquido manteve-se negativo, com um total de R$ 582,2 milhões. O clube já provisionou R$ 30 milhões para quitação no início de 2025, buscando equilibrar suas contas.
Conexão com o Grupo Eagle e outras considerações financeiras
Um item importante no balanço financeiro é a relação do Botafogo com o Grupo Eagle, que controla uma rede de clubes de futebol e é associado a John Textor. O clube possui a receber R$ 558,6 milhões desse grupo, um valor que é classificado como ativo de partes relacionadas, resultante de uma operação integrada com o francês Lyon até 2024.
Essa relação também inclui repasses do Botafogo para auxiliar o Lyon a evitar o rebaixamento, o que, embora impacte temporariamente as finanças, reforça a estratégia de desenvolvimento do clube, buscando ganhar projeção internacional.
Expectativas para o futuro
O EBITDA ajustado do Botafogo teve uma queda se comparado a 2023, em parte devido à ausência de receitas não recorrentes daquele ano. Apesar desse recuo, Textor ressalta que “o Botafogo viveu em 2024 o maior ano de sua história centenária”, o que deixa claro que, mesmo enfrentando desafios financeiros, o sucesso em campo está sendo um motor essencial de crescimento.
As expectativas para o futuro incluem a continuidade dos investimentos para sustentar o bom desempenho esportivo, mas com um foco renovado na melhoria do fluxo de caixa e na redução do capital de giro negativo, que ainda é uma preocupação para a diretoria.
O Botafogo, portanto, navega em um mar de conquistas e desafios financeiros, mas com determinação e um plano estratégico claro para solidificar sua posição no cenário esportivo brasileiro e internacional.