A companhia aérea Azul anunciou que vai encerrar operações em 13 cidades brasileiras e cortar 53 rotas de menor rentabilidade como parte de sua reestruturação. A medida visa focar nos seus principais hubs e consolidar suas operações enquanto tenta sair da recuperação judicial nos Estados Unidos, que deve se concluir entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026, segundo a empresa.
Reestruturação e impacto nas rotas da Azul
Embora não tenha divulgado oficialmente quais rotas e cidades serão afetadas, a Azul informou que pretende concentrar suas operações em seus principais centros de distribuição — Viracopos, Confins e Recife — minimizando conexões. A reestruturação inclui a redução de destinos por cidade e a operação sazonal, como a saída de Paris no inverno e a expansão de voos para Orlando.
Além disso, a companhia confirmou que haverá uma diminuição de 10% no número de decolagens diárias, passando de 931 para 836 voos por dia, e uma redução de mais de 35% na frota, permitindo uma malha mais simples e eficaz, com foco em mercados principais. “Essa estratégia visa otimizar recursos e fortalecer o negócio principal”, afirmou a Azul em apresentação institucional divulgada este mês.
Estratégias para aumento de receita e melhorias operacionais
A Azul pretende aumentar sua ocupação média para cerca de 83%, atualmente entre 80% e 82%, e melhorar a geração de receitas auxiliares, como cobrança por bagagem e assentos marcados. A mudança no perfil do cliente e nas tarifas médias também faz parte da estratégia, embora a empresa não tenha divulgado detalhes específicos.
Como parte da modernização, a companhia planeja substituir refeições por boxes de café da manhã e lanches a bordo, além de focar em tarifas mais altas para elevar as receitas unitárias. Segundo a empresa, o objetivo é crescer de forma sustentável enquanto reduz custos.
Recuperação judicial e perspectivas futuras
A Azul entrou em recuperação judicial em maio passado, protocolada em Nova York sob o capítulo 11, uma medida que protege a companhia de ações judiciais enquanto ela reorganiza suas finanças. O objetivo é eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, com um plano de financiamento de US$ 1,6 bilhão e aportes de até US$ 950 milhões.
Outras empresas brasileiras também utilizaram essa ferramenta para reestruturar suas dívidas, como Latam e Gol. A Azul espera que, após a reestruturação, sua operação seja mais eficiente e focada, com a ocupação média aumentando e uma frota mais enxuta.
Para o futuro, a empresa avalia que a reorganização ajudará a recuperar sua rentabilidade e abrir novas possibilidades de crescimento, apesar dos desafios atuais do setor aéreo nacional e internacional.