No coração de Londres, as icônicas instalações da família real britânica, como o Palácio de Buckingham, são facilmente ofuscadas pela crescente presença da Casa de Al-Thani, a família real do Qatar. Nos últimos anos, eles têm construído um verdadeiro império imobiliário que não apenas transforma o cenário urbano, mas também reflete a magnitude de suas finanças.
A expansão do império imobiliário do Qatar
Com um patrimônio líquido estimado em £2,4 bilhões, a família Al-Thani, liderada pelo Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, que sozinho detém uma fortuna de cerca de £1,6 bilhões, tem ampliado suas posses imobiliárias em Londres. Esses ativos não são considerados propriedade privada, mas sim, de acordo com a tradição britânica, pertencem ao soberano como representante da nação. Em contraste, os Al-Thani não estão sujeitos a essa responsabilidade, permitindo-lhes expandir livremente seu portfólio na capital britânica.
Estima-se que a família possua impressionantes 1,8 milhões de pés quadrados de imóveis em Londres, especialmente nas áreas mais exclusivas, como Mayfair, onde a concentração de propriedades se tornou tão alta que o bairro foi apelidado de “Pequena Doha”. A família Al-Thani detém uma parte significativa da área, incluindo o que pode ser a casa privada mais valiosa do Reino Unido, uma residência palaciana de 44.000 pés quadrados avaliada em £400 milhões, que a falecida Rainha Elizabeth II disse que fazia o Palácio de Buckingham parecer “um tanto sem graça”.
Marcas icônicas sob controle
Além de propriedades residenciais, a influência da família se estende a marcas renomadas. Em 2010, a famosa loja de departamentos Harrods foi adquirida pelo Qatar Investment Authority, o fundo soberano do país. O político qatariano Mohammed Bin Hamad Bin Jassim Bin Jaber Al-Thani, membro da família, também atua como diretor do Maybourne Hotels, que gerencia alguns dos hotéis mais exclusivos da capital, como The Berkeley, Claridge’s, The Connaught e The Emory.
Projetos grandiosos que moldam o horizonte de Londres
A dinâmica imobiliária da Casa de Al-Thani na cidade também se reflete em projetos grandiosos que marcam o horizonte londrino. O icônico The Shard, o edifício mais alto da Europa, é considerado 95% propriedade do estado do Qatar. Além disso, o Canary Wharf é co-propriedade do fundo soberano qatariano. O aeroporto de Heathrow, projetado para atender 84,2 milhões de passageiros em 2025, possui uma participação de 20% do Qatar Investment Authority. Outra aquisição significativa é a participação de 14,3% na Sainsbury’s, uma das maiores redes de supermercados do Reino Unido.
Com investimentos substanciais e um foco dirigido na expansão, a família Al-Thani não apenas enriquece seu próprio legado, mas também remodela aspectos importantes da economia e da cultura urbana de Londres. A influência deles, por meio do domínio do mercado imobiliário e da propriedade de marcas emblemáticas, marca um novo capítulo nas interações entre o Oriente Médio e a capital britânica, simbolizando como a riqueza e o poder podem transitar e se manifestar em diferentes partes do mundo.
À medida que as sombras dos palácios reais se estendem sobre a cidade, a ascensão da Casa de Al-Thani continua a ser um fenômeno fascinante a ser observado, abrindo portas para novas considerações sobre identidade, propriedade e poder na era moderna.
