Brasil, 10 de agosto de 2025
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Unimed Ferj terá reajuste de 14,43% em planos de saúde em 2025

Plano de saúde da Unimed Ferj será reajustado acima do limite da ANS, impactando beneficiários com aumento de mais de 14% neste ano

Os planos de saúde individuais e familiares da Unimed Ferj terão um aumento de 14,43% neste ano, muito acima do limite de 6,06% estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Este é o segundo ano consecutivo que a operadora aplica reajustes que ultrapassam o teto regulatório.

Como o percentual foi definido?

A justificativa oficial é que o reajuste considera, além do limite autorizado, um “percentual residual” decorrente de um acordo feito no ano passado com a ANS, que permitiu um aumento acima do limite para reequilíbrio econômico-financeiro da carteira. O cálculo, baseado em juros compostos, resultou em um resíduo de 7,89%, que somado ao reajuste anual de 6,06%, totaliza uma alta de 14,43% para 2025.

“A aplicação do residual e do reajuste anual gera um aumento de 14,43%”, explicou a operadora, em nota. O valor impacta principalmente beneficiários que, junto com suas famílias, contribuem com valores elevados, como o caso da pesquisadora Roni Filgueiras, cuja mensalidade passou de R$ 3.500 para R$ 4.000.

Reações dos usuários e críticas à gestão

Usuários ficaram surpresos com o reajuste elevado. “A má gestão da Unimed está sendo premiada pela ANS. É dividir o prejuízo com os clientes, isso não existe”, protestou a advogada Melissa Areal Pires, especialista em direito à saúde, que avaliou que o aumento, embora autorizado, é considerado abusivo por alguns consumidores.

O aumento acompanha uma crescente insatisfação dos clientes, que também reclamam do aumento das mensalidades e da redução na rede credenciada. Em agosto, a rede Oncoclínicas, por exemplo, deixou de atender pacientes da Ferj sem aviso prévio, o que afetou cerca de 12 mil beneficiários em tratamento de câncer.

Impactos no atendimento e na saúde dos beneficiários

Um caso emblemático é o do aposentado Antonio Mizael Lustosa, que trata um câncer de próstata. Com o encerramento do convênio na rede Oncoclínicas, ele e sua esposa enfrentam dificuldades para manter o tratamento, sem comunicação clara da operadora sobre a nova rotina de atendimento. Vaneida Pires, esposa do paciente, relata que tentou contato sem sucesso e buscou atendimento em uma unidade própria da Unimed, que também foi suspensa por questões de fornecimento de medicamentos.

Segundo a Unimed Ferj, não houve descredenciamento, mas uma “reorganização contratual”, o que, na visão da operadora, dispensaria aviso prévio de 30 dias. Entretanto, os beneficiários continuam enfrentando dificuldades de comunicação e acesso aos tratamentos indispensáveis.

Orientações dos órgãos reguladores

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforçou que os consumidores podem trocar de operadora sem cumprir novos prazos de carência, desde que respeitem as regras de portabilidade, disponíveis na resolução normativa nº 438/2018. Além disso, a agência disponibiliza uma cartilha com orientações para ajudar na escolha do plano adequado e comparar diferentes opções de planos de saúde.

O caso da Unimed Ferj evidencia o desafio de equilibrar a sustentabilidade financeira das operadoras e a proteção dos direitos dos consumidores, especialmente em um cenário de reajustes acima do teto regulatório. A situação continua gerando debates sobre a gestão do setor e a regulação dos preços dos planos de saúde no Brasil.

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