Nesta quarta-feira (25), o ex-presidente Donald Trump reagiu duramente contra apresentadores de programas de entrevistas noturnos, como Jimmy Kimmel, Jimmy Fallon e rádio-icon Howard Stern, indicando que eles podem ser seus próximos alvos após o cancelamento do programa de Stephen Colbert pela CBS. As declarações reforçam a hostilidade de Trump aos meios de comunicação considerados contrários a ele.
Trump ameaça os humoristas e rádios mais influentes
Durante uma entrevista, Trump declarou que Kimmel, Fallon e Stern “não têm talento” e que “estão na lista dos próximos”. Ele ainda chegou a afirmar: “Colbert não tem talento. Fallon não tem talento. Kimmel não tem talento. Eles vão desaparecer”, sem dar detalhes sobre como pretende agir. Este ataque ocorreu logo após o cancelamento do programa de Colbert, que ocorreu enquanto a CBS buscava aprovar uma fusão com a Paramount, que pagou US$ 16 milhões para resolver uma ação judicial de Trump.
Cancelamento do programa de Colbert e rumores de represálias
O programa de Stephen Colbert, que era o mais bem avaliado entre os talk shows da madrugada, foi cancelado no mês passado, alegadamente por prejuízos financeiros que variam entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões por ano — uma cifra que Colbert questiona em suas monólogos. A CBS afirmou que a decisão foi baseada em questões econômicas, mas analistas sugerem que o clima político e a relação de Colbert com Trump podem ter influenciado o corte.
Trump criticou duramente o cancelamento: “Ouvi dizerem que eles vão embora. Não sei ao certo, mas imagino que sim, porque… Colbert tem melhores audiências do que Kimmel ou Fallon”, comentou. Apesar da rejeição, Colbert afirmou que seu show foi cancelado por questões financeiras, não por falta de popularidade.
Howard Stern, suas declarações e especulações sobre sua saída
O próprio Stern, que foi um aliado de Trump durante anos, também foi alvo de suas críticas. Trump mencionou que Stern “anunciou” que deixaria a SiriusXM ao término de seu contrato, embora a rádio tenha negado oficialmente essa informação. Ainda assim, jornais como The Sun indicam que a SiriusXM pode cancelar Stern ao final do contrato, algo ainda não confirmado.
Em uma brincadeira, Trump afirmou que Stern “não quer ser como o congressista Foley, com, sabe, 12 anos” — referência ao político envolvido em escândalos sexuais em 2006. Trump também comentou que não ouve falar de Stern há algum tempo, relembrou suas participações no programa e criticou sua decisão de apoiar Hillary Clinton em 2016, o que teria prejudicado sua relação com o ex-presidente.
Trump associa ataques a programas de entretenimento com a polarização política
Além de atacar os apresentadores diretamente, Trump afirmou que programas como os de Seth Meyers, que criticam seu governo, são “meramente uma jogada política” da Comcast, que detém a NBC. Ele afirmou que essas emissoras “não são programas de entretenimento, mas ataques políticos constantes”.
Reações e possíveis desdobramentos
Especialistas consideram as declarações de Trump como uma tentativa de intimidar os veículos considerados opositores à sua figura. Ainda não há indicações concretas de que os apresentadores ou Stern estejam sendo alvo de ações legais ou censura, mas o clima de tensão entre o ex-presidente e a imprensa continua aceso.
Consultadas fontes próximas à SiriusXM, especula-se que o eventual desligamento de Stern seja uma decisão financeira da empresa, sem relação direta com as ameaças de Trump. Autoridades de comunicação e representantes dos programas publicados negaram qualquer intenção de censura ou despedimento iminente.