O ex-presidente Donald Trump disparou nesta quarta-feira (22) contra apresentadores de programas de TV noturnos, incluindo Jimmy Kimmel, Jimmy Fallon e Howard Stern, ameaçando que eles podem ser censurados ou perdendo seus espaços na televisão. A declaração ocorre após o cancelamento do programa de Stephen Colbert pela CBS, sob alegações de perdas financeiras.
Trump critica e ameaça apresentadores de TV e radio
Durante uma entrevista, Trump afirmou que Colbert, Fallon e Kimmel “não têm talento” e que “estão na mira” do exato mesmo destino, insinuando que suas carreiras podem acabar. Ele declarou: “Colbert não tem talento, Fallon não tem talento, Kimmel também não. Eles estão próximos. Logo, vão sair.”
O cancelamento do programa de Colbert foi motivado por uma tentativa da CBS de concluir uma fusão que exigia aprovação federal. Apesar de o talk show liderar em audiência, a CBS afirmou que a decisão se deu pelo fato de o programa estar acarretando prejuízos superiores a US$ 40 milhões anuais. “Colbert está com a corda no pescoço há algum tempo”, comentou o próprio apresentador durante suas monólogos.
Investigações, polêmicas e o passado de Stern
Trump também criticou Howard Stern, comentando que ele estaria “partindo” da SiriusXM, embora fontes apontem que a rescisão de contrato ainda não tenha sido oficializada. Segundo o jornal The Sun, a Sirius estaria planejando cancelar Stern ao término do atual contrato no fim deste ano, mas a informação ainda não foi confirmada oficialmente.
O ex-presidente relembrou episódios do passado, inclusive uma entrevista de 2006 na qual Stern afirmou não ter limites de idade para relacionamentos, um tema que voltou a ser discutido após Trump tentar se descolar de Jeffrey Epstein, antigo amigo envolvido em escândalos sexuais.
Rancor contra os talk shows e as redes de TV
Trump tem uma história de hostilidade contra programas de comédia e hosts que fazem piadas sobre ele, tendo inclusive tentado censurar Jimmy Kimmel durante seu primeiro mandato presidencial. Ele voltou a manifestar repúdio ao estilo de humor contestador, acusando os programas de serem “bolsões políticos” a serviço de interesses da Globo, Controladora da Comcast, dona do NBC e do próprio grupo de mídia.
Ao comentar Seth Meyers, na sequência, Trump chamou o apresentador de “sem talento” e “apenas um espaço” na grade da Comcast, criticando fortemente a emissora. “Esses shows não são entretenimento, são operações políticas 100% do tempo”, alfinetou.
Futuro da mídia de entretenimento e possíveis consequências
Ao final, Trump comentou que Stern, com quem teve uma relação de anos na rádio, estaria se afastando do mercado. “Não ouvi mais falar de Stern há um tempo. Eu costumava participar de seu programa, mas ele desmoronou depois de apoiar Hillary Clinton em 2016”, afirmou.
Especialistas avaliam que o discurso de Trump representa uma tentativa de criar uma narrativa de perseguição contra seus inimigos na mídia, enquanto o próprio ex-presidente aumenta sua presença nas redes sociais e na política. As ameaças e comentários de Trump reforçam o clima de hostilidade entre ele e a imprensa tradicional, principalmente os humoristas e apresentadores de TV.
Embora algumas declarações tenham sido feitas em tom de provocação, a possibilidade de maiores ações contra figuras da televisão permanece incerta, mas o efeito de suas palavras certamente influencia o cenário do entretenimento e da política no país.