Brasil, 11 de agosto de 2025
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Novo modelo de crédito imobiliário deve dobrar recursos para casa própria

Proposta do governo de Lula cria mecanismo que amplia o uso da poupança e aumenta o volume de crédito habitacional disponível

O governo federal trabalha na finalização de um novo modelo de crédito imobiliário, que deve dobrar o volume de recursos destinados à casa própria com juros próximos aos atuais. A proposta, atualmente em fase de ajustes finais, prevê mudanças no uso dos recursos da poupança para ampliar o financiamento habitacional no Brasil, com previsão de implementação no primeiro trimestre de 2026.

Reforma do crédito imobiliário e uso da poupança

A proposta em discussão amplia o direcionamento obrigatório dos depósitos em poupança pelos bancos para 100% do saldo, destravando o acesso a uma parcela maior de recursos. Atualmente, os bancos são obrigados a direcionar 65% do saldo da poupança para financiamentos habitacionais, enquanto 20% ficam em depósitos compulsórios e 15% livres para uso pelo banco.

Segundo técnicos do setor, o novo modelo permitirá que cada crédito imobiliário originado destrave o mesmo valor de recursos da poupança por cinco anos, funcionando como um “multiplicador” de recursos e acelerando a concessão de financiamentos.

Elevação do volume de recursos disponíveis

Estima-se que, com a mudança, o volume de recursos disponíveis para crédito imobiliário possa passar de cerca de R$ 90 bilhões no atual cenário para até R$ 200 bilhões em dois anos, dependendo do apetite dos bancos. Como consequência, a poupança ficará disponível para dar sustentação ao financiamento por apenas cinco anos, demandando que os bancos busquem fontes alternativas mais caras, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI).

Governo e setor acreditam que essa mudança ajudará a oferecer juros mais baixos ao mercado, pois parte dos ganhos com a aplicação desses recursos será utilizado para reduzir as taxas de crédito habitacional. Ainda assim, os bancos terão que manter um equilíbrio para não elevar excessivamente as taxas, sob pena de perder acesso aos recursos da poupança livres.

Quem participa das discussões

Participam das negociações os Ministérios da Fazenda e das Cidades, o Banco Central e a Caixa Econômica Federal. A expectativa é que a norma final seja publicada até o fim de setembro, com entrada em vigor prevista para o primeiro trimestre de 2026.

Impactos e perspectivas futuras

Especialistas apontam que o aumento no volume de recursos pode impulsionar mais de R$ 200 bilhões em crédito imobiliário nos próximos dois anos, além de promover uma transição mais suave para um modelo menos dependente da poupança tradicional. Além do mais, o governo monitora o mercado para evitar elevações injustificadas nas taxas de juros, com ferramentas de ajuste que podem incluir remuneração punitiva.

Quando o novo modelo passar a valer, somente os valores de crédito originados na carteira de empréstimos que utilizam recursos da poupança serão considerados na estratégia de direcionamento de depósitos. Assim, ao longo do tempo, a proporção do uso obrigatório da poupança poderá chegar a 100% dos saldos, reforçando a mudança estrutural no sistema de financiamento habitacional.

Mais detalhes sobre a proposta e seus possíveis impactos podem ser acompanhados nesta matéria do Globo.

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